Traços por José Carlos Limeira |
Cultura | |||
Qui, 02 de Setembro de 2010 15:38 | |||
Carrego comigo os traços
Sonhos dos oprimidos
Contas e adereços Que falam de muitos sentidos Que contam dos nossos feitiços Que mostram certos endereços Entre o sim e o não do que há Dos nossos maiores acertos No branco de Leembá De Roji ostento o azul Uso de todas as cores Do vermelho e rouge de Nzila Aos colares de laguidbá Minhas contas de coral, Âmbar e louça Vão do verde de Katende Ao ouro da Kisiimbi mais moça Ando cheios de marcas Provas de boa herança Nas sextas só uso branco Nas quartas vermelho franco Nos cabelos, as vezes tranças Sou do povo que tem fé Em Deuses da cor mais cor Uns que cuidam das doenças Outros de encanto e amor Dizem que sou do babado Dizem que sou mandingueiro Que entendo de quebranto De como chamar dinheiro Digam o que quiserem Eu sou de um povo de fibra Que resiste ao que der e vier Que desfaz as intrigas Que guarda da beleza das folhas Ao sabor do acarajé Ao molocum de Dandaluunda Ao amalá de meu Pai Sou do povo do bakisi De quem não se ouve um ai Sou filho de Luiza Gaiacu, de Gombenazazi, de Kasindé de Kafurepaanzu, de Nausi de Jiringê, de Stela, de Val, de Lawê Demí, de Hilda Jitolu De Deré, de Bebé do Tanuri. Sou desse Povo de Santo. E se quiser outro tanto, sou mesmo é de Candomblé.
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Última atualização em Qua, 06 de Outubro de 2010 18:28 |
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