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A Necessidade e o Acaso por Martha Medeiros
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Comportamento
Dom, 08 de Outubro de 2006 09:41
"A necessidade cria o amor ou ele existe? A questão é delicada e conduz  a uma resposta que confunde mais do que explica. Sim, a necessidade cria  o amor. Sim, o amor existe.

Na verdade, fomos condicionados pela sociedade e seus contos de fada a acreditar que o amor é uma coisa que acontece quando menos se espera,  que
domina nosso coração, que interrompe nossos neurônios e nos captura  para uma vida de palpitações, suspiros e lágrimas. Que o amor não tem  idade, não
tem hora pra chegar, não tem escapatória. Que o amor é lindo,  poderoso e absoluto, que vence todos os preconceitos, que vence a nossa  resistência e
ceticismo, que é transformador e vital. Esse amor existe e  ai de quem se atrever a questioná-lo.

Rendo-me, senhores. Esse amor existe mesmo, é invasivo e muitas vezes perverso, mas também pode ser discreto, sereno e indolor. Costuma  acontecer
ao menos uma vez na vida de todo ser humano, ou três vezes,  aos 17, 35 e 58 anos, ou pode acontecer todo final de semana, se for o  caso de um coração
insaciável. Mas também pode acontecer nunquinha, e aí  a outra verdade impera.

Sim, a necessidade também cria o amor. A pessoa nasce idealizando um parceiro para dividir a janta e as agruras, a cama e as contas, os pensamentos e os filhos. Passam-se os anos e esse amor não sinaliza, não apresenta-se, e o relógio segue marcando as horas, lembrando que o tempo voa. Esse ser solitário começa a amar menos a si mesmo, pelo pouco  alvoroço que provoca a sua volta, e a baixa estima impede a passagem de  quem quer se aproximar. É um círculo vicioso que não chega a ser raro.  Qual é a solução: solidão ou imaginação?

O nosso amor a gente inventa, cantou Cazuza, no auge da sabedoria. A necessidade faz quem é feio parecer um deus, quem é tímido parecer um sábio, quem é louco parecer um gênio. A necessidade nos torna menos críticos, mais tolerantes, menos exigentes, mais criativos. A  necessidade nos torna condescendentes, bem-humorados, otimistas. Se a  sorte não acenou com um amor caído dos céus, ao menos temos afeto de  sobra e bom poder de adaptação: elegemos como grande amor um amor de  tamanho médio. O coração também sobrevive com paixões inventadas, e não  raro essas paixões surpreendem o inventor.

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