Segundo os jornais Folha e O Dia, de barbas por fazer, cabelos desgrenhados e sob forte depressão, Aécio Neves está maniacamente repetindo a expressão “dar um fim nisso”, com amigos próximos e parentes do Senador temendo por um suicídio.
Não me regozijo, afinal, mesmo os canalhas são humanos, e em situações assim a piedade fala mais alto, a apreensão pelo destino de um semelhante incomoda, porque humano também. Esta reação de Aécio confirma a sua personalidade, ou ausência de. Segundo os entrevistados, Aécio não está se perdoando, por ver a irmã presa, fotografada como detenta e sendo escrachada nas redes sociais. À primeira vista parece que Aécio assume o lugar de varão da família, de protetor, e não é bem assim, Aécio está se sentindo desprotegido, órfão. Mais velha que Aécio, Andréa foi sempre o cérebro da mafiosa família, a operadora da bandidagem, o anteparo das cagadas de Aécio, a mãezona do trombadinha. O Senador na geladeira lastima ainda a prisão do seu primo, Frederico, uma hipocrisa. E porque uma hipocrisia? Reportemo-nos ao telefonema de Aécio: “temos que escolher alguém que a gente possa matar, antes de delatar. Vou mandar o Fred”, o que custou uma postagem do tio, pai de Fred, nas redes sociais, afirmando que finalmente puseram um freio em Aécio, um bandido. Segundo as mesmas fontes, Aécio vem tomando tranqüilizantes e sedativos poderosos, para conseguir dormir e manter as emoções sob controle. No vídeo que postou nas redes sociais, tentando justificar o injustificável, pudemos perceber o quanto emagreceu em dias. Para fugir da pressão familiar e da cadeia iminente, Aécio já acenou com a possibilidade de uma delação premiada, o que seria devastador nas hostes tucanas. Se Eduardo Cunha é frio e calculista, sabe – e muito bem, jogar com as cartas que tem, Aécio é passional e impulsivo, presa fácil num interrogatório. Cunha vem obtendo vantagens, como prisão cinco estrelas, continuidade no recebimento de propinas, mesmo preso, relaxamento da prisão preventiva e posterior absolvição da mulher... Só com ameaças, principalmente ao Judiciário, com uma penca de nomes na cartola. Cunha ainda não denunciou ninguém, limitando-se a perguntas que, se convenientemente respondidas, fazem do inquirido seu cúmplice. É um estrategista de invejável inteligência. Ao contrário, Aécio seria incapaz de fazer esse jogo, abrindo logo, entregando tudo em troca de benesses iguais às concedidas a Cunha. Vem bomba aí. Não se fala em abrir procedimento disciplinar no Conselho de Ética do Senado, para cassá-lo. O PSDB não teve peito de expulsá-lo. O STF num primeiro momento pediu a sua prisão preventiva, com Fachin redigindo, no pedido de prisão, que são abundantes e robustas as provas contra o investigado e de gravidade tanta que Aécio põe em risco a paz social, mas logo a prisão foi revogada. Uma possível delação de Cunha seria um míssil teleguiado, a de Aécio, uma bomba com o mesmo poder de destruição do míssil, mas jogada a esmo, atingindo tudo e a todos. Não é por outro motivo que ninguém fala nele, seja no parlamento ou na mídia, torcendo para que uma overdose, uma interação medicamentosa ou o suicídio os alivie.
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