Lula, Haddad e a revanche pela força do voto: um a um, os conspiradores estão caindo. Por Joaquim de Carvalho |
Cidadania | |||
Qui, 20 de Setembro de 2018 10:57 | |||
A eleição de 2018 pode entrar para a história como aquela em que, consultado, o povo disse não à violência institucional que retirou Dilma Rousseff da presidência da república e não à aliança judicial-midiática que encarcerou Lula, para tirá-lo da disputa eleitoral. É hora da revanche. Sem armas. Pelo voto. Pelas pesquisas divulgadas, Fernando Haddad vai para o segundo turno contra Jair Bolsonaro ou, mantido o ritmo de crescimento, pode ganhar a eleição em turno único. E esta não será a única vitória do campo democrático-progressista. As vitórias começaram em São Paulo e Minas Gerais, mesmo antes do início da campanha eleitoral. Marta Suplicy optou pela aposentadoria voluntária, por temer o vexame de uma aposentadoria compulsória em consequência da previsível derrotada para o ex-marido. Foi o primeiro ato da revanche. A saída de cena de Marta é um castigo justo para quem participou da conspiração que levou à queda de Dilma. Em setembro de 2015, três meses antes da abertura do processo de impeachment, ela fez uma proposta indecente a Gabriel Chalita. Na época, Chalita era filiado ao PMDB e tinha assumido a Secretaria de Educação da Prefeitura de São Paulo. Marta estava deixando o PT e entrando no PMDB, já com a promessa de que seria ela mesma candidata a prefeita, numa disputa com Haddad. Esse movimento representava a quebra do acordo selado por Lula e Michel Temer, pelo apoio à reeleição de Haddad. Marta ofereceu a Chalita o Ministério da Educação, num, à época, hipotético governo de Michel Temer (hipotético para a massa, mas ela já sabia que estava em curso o movimento para derrubar Dilma). Em troca, Chalita deveria romper o acordo, deixar a prefeitura e desistir da candidatura a vice de Haddad. Chalita não topou, o PMDB, juntamente com o PSDB, derrubou Dilma, como Marta avisou que aconteceria, e foi ela mesma candidata a prefeita. O segundo ato da revanche foi a desistência de Aécio Neves de tentar a reeleição ao Senado. Em seu lugar, deve assumir Dilma Rousseff, a terceira vitoria nas batalhas contra a guerra suja. Em mais um ato de justiça, Aloysio Nunes Ferreira, conspirador de primeira hora, também está saindo de cena. Em São Paulo, a derrota de João Doria se aproxima. Mesmo que vá para o segundo turno, não ganha de Paulo Skaff ou de Márcio França. Há dois anos, quando ganhou de Haddad, Doria se comportava como o futuro presidente da república. Trabalhou para isso, mas, montado na farsa do impeachment, não foi longe, e agora se aproxima o dia em que talvez Haddad subir a rampa do Palácio do Planalto. A derrota de Doria em São Paulo também representará o fim de 24 anos de poder dos tucanos no Estado. Em outros Estados, a derrota dos conspiradores está igualmente próxima. Só para citar um caso, o de Mendonça Filho, do DEM. Mendoncinha não consegue sair do terceiro lugar nas pesquisas para o Senado em Pernambuco. Um a um, todos estão caindo. Mas nem todas as batalhas políticas estão vencidas. Cristovam Buarque ainda ostenta um sorrisinho na face, porque, no seu caso, não está consumada a derrota. Ele trava uma disputa com Leila do Vôlei, do PSB, Izalci, do PSDB, e Chico Leite, da Rede, pelas duas vagas ao Senado pelo Distrito Federal. Cristovam traiu a vontade daqueles que o colocaram no Congresso Nacional, com a aliança em torno de Aécio Neves para o apoio ao governo de Michel Temer. Cristovam não merece, portanto, permanecer no Senado. Lula percebeu o alcance desse movimento do eleitor e, concentrando-se em Haddad, divulgou do cárcere um bilhete: “A eleição do Haddad vai ser a resposta do povo brasileiro ao golpe. Aos que sabotaram a democracia e tentaram impedir a soberania do voto popular”. Não só a eleição de Haddad, mas a derrota dos que violentaram a democracia. Lula e Haddad. Foto: Ricardo Stuckert Artigo publicado originalmente em www.diariodocentrodomundo.com.br/lula-haddad-e-a-revanche-pela-forca-do-voto-um-a-um-os-conspiradores-estao-caindo-por-joaquim-de-carvalho/
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