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A hora é, como nunca, dos artistas! Por Cláudia Leitão
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Cidadania
Seg, 27 de Abril de 2020 23:33
Claudia_TajesEm março de 2015, a escritora Toni Morrison, primeira mulher negra a receber o prêmio Nobel de Literatura, no seu artigo para os 150 anos do The Nation, descreveu seus sentimentos no day after da reeleição de George W. Bush à Presidência dos EUA. Começa por narrar um telefonema que recebeu de um amigo artista, que pedia suas notícias. Respondeu que estava deprimida, paralisada, sem forças, incapaz de escrever, ao que o amigo artista interrompeu, retrucando: "Não! De jeito nenhum! Agora é exatamente o momento em que os artistas devem trabalhar! Não somente quando tudo vai bem, mas especialmente em tempos de pânico! Esse é o nosso trabalho!".

Morrison observa no seu artigo que aquele telefonema mudou drasticamente seu humor, fazendo-a pensar sobre o trabalho de dezenas de artistas, ao longo dos séculos, confinados em gulags, celas, camas de hospital, trincheiras e tantas outras situações de horror. Em minutos lembrou de Oscar Wilde, Pablo Picasso, Walter Benjamin, Salman Rushdie, Ai Weiwei e tantos outros que salvaram a existência humana com as suas obras.

Sentimentos humanos são muito semelhantes, mesmo diante de situações de crise, e o que Toni Morrison escreveu continua absolutamente atual. Vivemos, ainda, o day after da eleição de um presidente autoritário, insensível e ignorante, que tem banalizado em seus discursos e práticas o desprezo aos cientistas, artistas, indígenas, trabalhadores e, sobretudo, aos pobres e excluídos. Atravessamos uma pandemia impiedosa, reveladora, sobretudo, das iniquidades de nossas elites econômicas. Motivos não nos faltariam para esmorecer.

É por isso que, além dos cientistas, os artistas precisam, como nunca, ir ao trabalho, pois são indispensáveis. É o que nos diz Morrison: "Não há tempo para desespero, não há lugar para auto-piedade, não há espaço para medo. Se o mundo sangra, não se trata de ignorar a dor, mas não sucumbir a ela. Falamos, escrevemos e nos expressamos por meio de linguagens artísticas. E é assim que as civilizações se curam".

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