No próximo dia 22 de novembro, o sistema político-econômico de um dos países com maior PIB do mundo – mais de US$10 trilhões – será tema do encontro "China, Socialismo Criativo?". Conduzido pelo professor Elias Jabbour, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o evento tem o objetivo ampliar conhecimentos de seus participantes acerca da experiência da China como um país socialista que convive com estruturas capitalistas e que procura ter, como mola mestra da sua economia, as áreas de Inovação e Economia Criativa. O encontro, promovido pelo Instituto Pensar através do site Socialismo Criativo, será das 15 às 18h30 da quinta-feira, no Portobello Ondina Praia Hotel, em Salvador, Bahia. Os interessados podem se inscrever, gratuitamente, através do site www.socialismocriativo.com.br.

No cenário de discussões econômicas emergido durante as eleições 2018 no Brasil, a guerra comercial entre os Estados Unidos e a China foi pauta quanto ao seu impacto na dinâmica brasileira. E que potência é essa que vem se destacando? "A China é ou não é socialista? Socialismo de mercado quer dizer exatamente o quê? Dois sistemas num só país? E, também, o Socialismo de Mercado pode ser considerado um novo tipo de Socialismo, um Socialismo Criativo? Essas são algumas indagações que pessoas de esquerda e outras interessadas no assunto fazem sobre a China. O debate com Elias Jabbour pretende aprofundar essas questões e, na melhor das hipóteses, responder a algumas delas", explica o presidente do Instituto Pensar, Domingos Leonelli.


A ECONOMIA QUE MAIS CRESCE NO MUNDO - Do assunto, o condutor da discussão promete análises aprofundadas que direcionem a leituras de uma China que muitos desconhecem. "A maioria dos estudiosos da temática chinesa, em todos os seus aspectos, insistem que, naquele país, está a se reproduzir uma variante de capitalismo, seja ele 'de Estado', de 'variante asiática' ou um puro 'capitalismo selvagem'. A nossa abordagem é diferente por dois motivos. Em primeiro lugar, acreditamos que a China está buscando, com muito sucesso, seu caminho particular ao socialismo. Concordamos com os chineses que advogam seu 'socialismo com características chinesas' ou 'socialismo de mercado' e vamos além. Já podemos falar - e argumentaremos em nossa apresentação - que o 'socialismo de mercado' já não se trata mais de uma abstração. E, sim, em uma Nova Formação Econômico-Social com lei/lógicas de funcionamento que temos descoberto ao longo de quase duas décadas de pesquisas sobre o tema. Em segundo lugar, a maioria absoluta dos estudos sobre a China que jorram aos milhares nas prateleiras de livrarias não conseguem atentar para o fato de que, no real, está ocorrendo naquele país a construção de um edifício original, onde surgem e ressurgem elementos e instituições de diferentes épocas históricas, daí a criatividade e a própria essência do socialismo de mercado como uma Nova Formação Econômico-Social. Logo, ratificamos, aqui, que a única razão desse gigantesco processo em andamento na China é observá-lo como parte da história da civilização humana, não se trata de um milagre; muito menos um acaso", argumenta Jabbour.



Elias Jabbour – é professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Compõe o Programa de Pós-Graduação em Ciências Econômicas (PPGCE-UERJ) da instituição. É autor de artigos e livros sobre a realidade econômica, política e social da República Popular da China. Entre seus livros estão "China Hoje: Projeto Nacional, Desenvolvimento e Socialismo de Mercado" (EDUEPB/Anita Garibaldi, 2012) e "China: Infra-Estruturas e Crescimento Econômico" (Anita Garibaldi, 2006).