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O livreiro - como uma família que começou alugando 10 livros na sala de casa construiu uma das principais livrarias do Brasil, de Pedro Herz
Terça-feira 20 Março 2018, 19:00

Acessos : 170

Pedro Herz, presidente do Conselho de Administração da Livraria Cultura, Fnac Brasil & Estante Virtual, também apresentador do programa Sala de Visita, no YouTube, lança no dia 21 de março, quarta-feira, em Salvador (BA), sua biografia, O livreiro - como uma família que começou alugando 10 livros na sala de casa construiu uma das principais livrarias do Brasil. A sessão de autógrafos acontece na Livraria Cultura do Salvador Shopping, a partir das 19h.

A obra, que tem prefácio do psicanalista Contardo Calligaris, conta como Eva Herz – imigrante judia que veio para o Brasil fugindo da perseguição nazista –, impulsionada pela necessidade de complementar a renda da família, decidiu investir na compra de alguns best-sellers para alugar a seus compatriotas alemães em São Paulo. A engenhosa iniciativa deu origem, em 1947, à Biblioteca Circulante, que se expandiu e posteriormente deu origem à Livraria Cultura, marco artístico e cultural da cidade e referência quando o assunto é leitura.

Em O livreiro, Pedro Herz, filho mais velho do casal Eva e Kurt, faz um relato biográfico de como a família se firmou na nova cidade e, mais do que isso, fundou uma das mais dinâmicas livrarias do país. Uma saborosa história de relacionamentos que rendeu a Pedro encontros marcantes – como se deu ao conhecer o pai de Anne Frank, durante os anos em que viveu na Suíça; ao ter o “poetinha” Vinicius de Moraes autografando o livroFalso mendigo em um engraçado episódio que se deu em 1978; ao receber em sua loja umas das mais significativas manifestações da sociedade civil brasileira pelo fim do regime militar, com o lançamento, na Livraria Cultura, da obra O que é isso companheiro?.

Um livro inspirador, que apresenta a trajetória admirável do empreendedor cultural Pedro Herz, e vai além, ao propor reflexões sobre o desafio das tecnologias no mundo empresarial e o futuro da leitura no Brasil. Ao desenvolver um conceito próprio e particular de livraria, Pedro acabou ganhando o reconhecimento do escritor José Saramago: “A última imagem que levamos do Brasil é a de uma bonita livraria, uma catedral de livros, moderna, eficaz, bela. Uma livraria para comprar livros, claro, mas também para desfrutar do espetáculo impressionante de tantos títulos organizados de uma forma tão atrativa, como se não fosse um armazém, como se de uma obra de arte se tratasse.  A Livraria Cultura é uma obra de arte”.

TRECHO

“A Cultura nasceu de forma modesta, como já disse, mas dinâmica o suficiente para ir moldando os sonhos e as conquistas de uma família de judeus alemães, imigrantes que vieram para este país literalmente com a roupa do corpo, quando a Europa mergulhava numa longa noite de trevas. Rebobinando a fita em sete décadas, posso me lembrar da vida austera que a nossa pequena família levava em São Paulo, poucos anos depois que meus pais chegaram ao Brasil, em

1939, fugindo do nazismo. Kurt Herz, meu pai, tentava nos sustentar trabalhando como representante comercial da indústria de confecção. Ou seja, ele vendia roupas para lojas em São Paulo, roupas que reunia de diferentes fabricantes. Minha mãe, Eva, àquela altura com dois filhos pequenos, ficava em casa cuidando de tudo.

O problema é que o dinheiro sempre terminava antes de o mês acabar. Eva tentou então encontrar uma forma de ganhar alguma coisa, sem sair de casa. Não tinha a menor chance de pagar alguém para cuidar dos filhos, eu, com 7 anos, meu irmão, com 4. O que lhe pareceu mais eficaz foi comprar um lote de dez livros em alemão, todos best-sellers, para alugar a seus compatriotas aqui em São Paulo. Assim nasceu a Biblioteca Circulante, em 1947, célula mater da Livraria Cultura. Nasceu num sobrado no bairro dos Jardins, no número 1.153 da Alameda Lorena, sem placa na porta.

As dificuldades econômicas do pós-guerra limitavam tudo, inclusive o acesso aos livros. Só que os imigrantes alemães reunidos na cidade, notadamente os judeus expulsos de seus países pela perseguição de Adolf Hitler, tinham um bom nível cultural. Queriam e precisavam ler mais. Inclusive eram pessoas que carregavam consigo o hábito da leitura, cultivado na terra natal, certamente em longos invernos. Eva entendeu bem essa necessidade. E achou que conseguiria suprir a demanda com o aluguel de livros, ao mesmo tempo o jeito que encontrou de trabalhar sem sair de casa.

Com capital irrisório, minha mãe comprou o primeiro lote de dez livros de um importador estabelecido em São Paulo. Muitos outros volumes viriam. Para cada livro criou uma pequena ficha de cartolina na qual anotaria o nome do inquilino, a data de saída do exemplar e a de devolução, em geral, uma semana depois. Se o inquilino permanecesse com o volume um ou dois dias a mais, não tinha a menor importância. Ela empiricamente percebeu que as pessoas liam depois do jantar – até porque ainda não existia televisão... –, portanto, uma semana era um bom tempo para finalizar um romance. Assim os livros passaram a circular na comunidade. Muitas vezes um cliente chegava em casa perguntando: “Eva, por acaso eu já li o livro...? ”. E ela imediatamente respondia, consultando as fichas: “Um momento... esse você já leu. Escolha outro”. Esse outro poderia ser O diário de Anne Frank, encontrado ao fim da guerra e publicado ainda em 1947, sempre com alta procura; livros protagonizados por Hercule Poirot, da romancista inglesa Agatha Christie; O Estado de Israel, de Theodor Herzl; O egípcio, de Mika Waltari; Doutor Jivago, de Boris Pasternak; A leste do éden, de John Steinbeck; Exodus, de Leon Uris... ou ainda Sidarta, O lobo da estepe e O jogo das contas de vidro, romances do escritor alemão Hermann Hesse, que, em 1946, justamente pouco antes do início da Biblioteca Circulante, foi agraciado com o Nobel de Literatura. Assim os anos foram se passando e, sempre confiante no seu pequeno negócio, Eva conseguiu importar um número maior e mais variado de livros.”

https://youtu.be/ieFmXXLdETs

SOBRE O AUTOR

Pedro Herz é presidente do Conselho de Administração da Livraria Cultura, Fnac Brasil e Estante Virtual, além de ser apresentador do programa Sala de Visita, no YouTube. Formado como livreiro na Suíça, assumiu a gestão da Livraria Cultura em 1969, sendo o responsável por ampliar o que antes era um negócio familiar à escala de empresa nacionalmente conhecida, sem contudo perder o caráter disseminador de cultura que sua mãe, fundadora da livraria, sempre reivindicou.

 

Valor Acesso Grátis

Quando:quarta-feira, dia 21, a partir das 19h. Na obra, o empresário conta como um pequeno negócio familiar se converteu em uma das principais redes de livrarias do país, a Livraria Cultura, que em 2017 completou 70 anos de existência

Localização  Livraria Cultura Salvador Shopping
Av. Tancredo Neves, 2915 - Caminho das Árvores
Brasil/Bahia/Salvador
41820-021

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