Esta é a Sanbone Pagode Orquestra, que lança em versão digital seu primeiro álbum, Sinfonias de Pagode, dia 13 de janeiro (domingo), às 19 horas, em show no Espaço Cultural da Barroquinha com participação do cantor Zé Honório, um dos pioneiros da Axé Music.
O single “Profundo Oceano Azul”, faixa que está no disco e tem a participação do trompetista luso-brasileiro Gileno Santana, já pode ser ouvido no site da orquestra:www.sanbone.com.br.
Idealizada em 2007 pelo multi-instrumentista, compositor e maestro Hugo Sanbone, a Orquestra se propõe a uma investigação estética do pagode. “Como o pagode é muito depreciado, principalmente por conta da temática e letras que tratam de gênero, sexualidade e violência muitas vezes de maneira negativa, criou-se um inconsciente coletivo de que pagode é ruim e a música é tão somente um veículo de comunicação para dissipar essa mensagem. A minha proposta é, justamente, trazer à tona a parte musical do pagode, suas características polirítmicas, polifônicas, o que tem de bom e o que se pode fazer de rico dentro desse universo”, explica Hugo.
Gravado e mixado por Richard Meyer no Estúdio Massa Sonora, em Salvador (BA), e masterizado por Jim Fox e Mike Caplan, no estúdio Lion & Fox, em Washington DC, Estados Unidos, “Sinfonias de Pagode” traz oito composições do próprio Hugo Sanbone, sempre apostando na conciliação das claves (matrizes rítmicas) do pagode com criações melódicas e harmônicas no campo da música erudita.
“Temos a preocupação com a qualidade técnica do instrumentista e da composição, mas sem perder a criatividade e a espontaneidade que encontramos no ambiente do pagode e, simultaneamente, sem refutar a seriedade e a disciplina que a música clássica determina”, destaca o músico.
Após o lançamento, o álbum estará disponível para ser ouvido gratuitamente nas plataformas Spotify, Deezer, Google Play, iTunes e Apple Music.
O disco, cuja direção musical é do próprio Hugo Sanbone, foi financiado com recursos do edital Gregórios, da Fundação Gregório de Mattos - FGM / Prefeitura de Salvador.
“Quem quiser dançar, dá pra dançar e, quem quiser, dá pra contemplar, porque a erudição da nossa música também chama pra isso. É uma intervenção sociocultural, porque a música tem o poder de criar um novo panorama e novas perspectivas”, defende Hugo Sanbone.
Miscelânea musical
A ideia de misturar a música popular com peças sinfônicas está presente desde cedo no trabalho de Hugo, que iniciou seus estudos ainda garoto, com 9 anos, em um projeto social de uma filarmônica, em Aracaju, sua cidade natal. Lá, ele passou do clarinete ao trombone, do trompete ao saxofone.
Entre Sergipe e Bahia, onde fincou raízes em 1999, Hugo Sanbone já tocou em charangas, fanfarras, filarmônicas e bandas de pagode, salsa e forró – foi daí, justamente, que surgiu a alcunha Sanbone: “É a junção de sanfona com trombone”, conta.
Em sua trajetória profissional, já acompanhou artistas como Ivete Sangalo, Carlinhos Brown, Maestro Zeca Freitas, Jau, Edson Gomes, Harmonia do Samba e Psirico. Hugo também foi um dos fundadores da Orkestra Rumpillezz, de onde veio parte da inspiração para dar seu próprio passo rumo a um trabalho autoral.
“Para tocar bem, você precisa de técnica, foco e, principalmente, viver. Tocando, desenvolvemos várias habilidades, como a percepção, que a escola não pode te dar. Mas, quando entrei na UFBA (ele acaba de concluir o Mestrado Profissional em Educação Musical), em 2013, pude refletir melhor sobre o meu processo criativo e fazer escolhas mais conscientes. Isso sem perder o processo criativo, sem sobrepor o novo conhecimento ao antigo, mas com mais técnica para trabalhar a estética do pagode”, define o artista. |