Considerado um dos maiores sambistas da Bahia, dono do sucesso O Ouro e a Madeira, o baiano Ederaldo Gentil (1947 – 2012) deixou saudade e, não à toa, será lembrado em homenagem especial, próxima sexta-feira (13), quando o Grupo Botequim dedica uma hora da sua roda de samba a sucessos do artista. O encontro será a partir das 21h no Pátio da Igreja do Santo Antonio Além do Carmo. Ingressos: R$ 15.

Para fazer coro à homenagem e reafirmar as rodas do Botequim como reduto de valorização do samba tradicional da Bahia, Carla Gentil, sobrinha de Ederaldo, Carlito Cafroxo e Almir do Apaxes participam como convidados da noite. Ao lado dos músicos do grupo, eles assumem o microfone e compartilham a alegria de tocar para um público fiel, que sempre comparece para suar a camisa neste que é um dos expoentes eventos de samba de Salvador.

O mestre Almir Ferreira, também conhecido como Almir do Apaxes, no alto dos seus 74 anos, é um dos que prometem colocar todo mundo pra dançar. Criador do bloco Apaxes do Tororó e de outras entidades carnavalescas, o artista traz na bagagem uma história de amor com o samba da Bahia, tendo participado de diversos grupos, como A Cor do Samba, Coisa de Negros e Questão de Gosto. Tem parcerias com Nelson Rufino, Nêgo Lupa e Ivo Rangel, entre outros. Criou o movimento Eu Visto a Camisa do Samba, assim como o primeiro grupo de Capoeira Regional do Imbuí, o Primu´s, e até hoje ministra aulas de dança do salão.

Sobrinha do cantor e compositor Ederaldo Gentil, Carla Gentil também dá o ar da graça com seu sorriso largo, humor contagiante e voz marcante. Com o privilégio de ter aprendido a beleza do samba direto da fonte, Carla cresceu relacionando-se diretamente com aqueles que fizeram o samba de raiz brotar em terras nordestinas. Atualmente, a artista possui trabalhos autorais e vem consagrando seu espaço no cenário musical brasileiro.

Carlos Ferreira, mais conhecido como Carlito Cafroxo, morador do bairro Nordeste de Amaralina, é o terceiro convidado da roda. Aos 73 anos, traz na sua trajetória a criação do bloco Alerta Geral, quando já exercia forte influência no samba da cidade, através de batucadas e outros blocos. Como bom carnavalesco, gosta sempre de lembrar que nasceu num Domingo de Carnaval, e é com essa alegria que o veterano sambista entra na roda para deixar seu canto.

Respeitado pela pesquisa sobre o samba tradicional da Bahia e do Brasil, o Botequim também é reconhecido pelo seu trabalho autoral, que teve registro no álbum Festa no Botequim (2016). No próximo mês de outubro, o grupo completa 13 anos de uma fértil caminhada. Na sua formação. Roberto Ribeiro (cavaco e voz), Pedrão (violão e voz), Tito Fukunaga (flauta e percussão), Mestre Bira (surdo), Lalá Evangelista (percussão) Washington Rodrigues (Violão 7 cordas).