Há 47 milhões de eleitores que são contra o fascismo. Por Gil Vicente Tavares |
Seg, 29 de Outubro de 2018 01:07 |
Há 47 milhões de eleitores que são contra o fascismo. Não digo que os outros não são. Mas há 47 milhões de eleitores que são contra a tortura, contra a desigualdade, o preconceito, a barbárie. Não digo que os outros não são. Mas há 47 milhões que amam Chico Buarque, uma universidade pública e inclusiva, o direito de indígenas, a igualdade de oportunidade de gêneros, o respeito a todas as orientações sexuais, Caetano, Zé Celso, Fernanda Montenegro. Não digo que os outros não são. Há 47 milhões que precisam ir mais ao teatro, comprar mais livros, valorizar mais os movimentos sociais, o conhecimento, a visão crítica do mundo, para mostrar que podemos ter 47 milhões de pessoas que amam a cultura, a educação e as pessoas diferentes desse país; e podemos fazer a diferença. Há 47 milhões que sabem a pujança cultural do nordeste, a força da cultura e religião de origem africana e indígena, a noção de que somos um povo plural e único, como Darcy Ribeiro quis provar. Não digo que os outros não pensem assim. Mas votaram em alguém que não pensa assim. Que deixou bem claro em seus depoimentos que não pensa assim. Que conquistou votos usando de mentiras e bravatas, e de um antipetismo odioso e doentio que nenhum partido num país democrático deve sofrer. Há 47 milhões de eleitores que deixaram claro que são a favor da democracia, da igualdade, da liberdade e da fraternidade. Não digo que os outros não são. Mas eles também fizeram questão de não dizer, escolhendo alguém que disse tudo que disse. 47 milhões não quiseram ser cúmplices. Não digo que os outros são. Mas seus votos disseram que sim. |
Agenda |
Aldeia Nagô |
Capa |