Fernando Haddad. Por Claudio Guedes |
Dom, 18 de Novembro de 2018 10:23 |
Ouço críticas ao fato de Haddad se encontrar retraído. Muitos gostariam de vê-lo ativo, criticando cada ato anunciado do futuro governo. Não concordo. Por que Haddad deveria "brigar", neste momento, para ser o líder da oposição? Não faz nenhum sentido. Várias e diferenciadas forças políticas, do mundo do trabalho, do pequeno capital, da cultura e das artes vão naturalmente se opor ao governo de Jair Bolsonaro. É inevitável. O futuro governo será de alguma forma a imagem do governante escolhido pela maioria dos eleitores: um homem tosco, primitivo, grosseiro, preconceituoso e sem qualidades, deverá comandar um governo à sua semelhança. É o esperado. Quem disse que Haddad quer liderar, neste momento, a oposição? Acho que ele quer apenas ser um político na oposição. Essa coisa de "líder", de brigar pela liderança, é só para desgastá-lo. Liderança não se impõe, ela é escolhida, em determinado momento histórico, como função de qualidades, circunstâncias e sorte. A fortuna e a virtú, não é mesmo? Ou nada aprendemos com Maquiavel e suas agudas reflexões sobre a questão? Haddad está certo. Depois da super exposição na eleição, foi derrotado. A maioria escolheu outro caminho. A hora é de retração. A retirada é sábia. O Brasil, da maioria que escolheu Bolsonaro, que se acerte com o vencedor. E pague as consequências da escolha infeliz. Escolha e consequência. Por que não? Depois, no tempo certo, no tempo dos processos políticos no Congresso, nos sindicatos, nas associações, nas ruas e nas futuras eleições, retomaremos ou não, um melhor caminho para o país. Depende da maioria, do povo, dos que sofrerão as consequências de um desastre anunciado. A política é isso. Tempo, escolhas, consequências e novos caminhos. Claudio Guedes é empresário |
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