Domingueiras CVIII. Por Sérgio Guerra |
Ter, 11 de Dezembro de 2018 14:28 |
Mesmo ainda antes de tomar posse, o presidente eleito, Jair Bolsonaro consegue se envolver em múltiplas trapalhadas, seja na montagem de seu governo ou nas confusões familiares que o tem obrigado a cancelar parte de sua agenda de festividades e visitas militares, com a alegada, e já manjada, justificativa de “recomendação médica”, ora por excesso e exagero de compromissos e agora por “troca de medicamentos”. Aliás, parece que a questão de saúde, como já aconteceu com as “inter-corrências da facada”, deverá ser uma constante desculpacomo motivo de fuga das justificativas quando as trapalhadas se tornarem muito expressivas e as respostas mais complicadas. Assim, se no plano individual, já se consolidam as sucessivas denúncias contra alguns dos homens chaves do seu governo e família, basta citar os todos poderosos da Economia e da Política, Paulo Guedes e Ônix Lorenzone, cujos nomes são cada vez mais freqüentes em episódios de maracutaias e Caixa 2. Do mesmo modo, o filho mais velho, deputado estadual pelo Rido de Janeiro e recém eleito senador pelo mesmo estado, aparece envolvido em suspeitos movimentos financeiros, com assessores e seus familiares, herdados do pai, conforme denunciado pela COAF, que envolve “empréstimos” e “pagamentos” que já chegaram até a futura primeira dama. E por ai vai seguindo... Por outro lado, deixando no momento, estas confusões que devemos considerar como pessoais ou mesmo familiares, que não devem ser nosso objetivo central e as quais devemos apenas lembrar que para quem se apresentou a nação como “paladinos da moralidade e exemplos da luta contra a corrupção” soam muito estranho estes inúmeros comprometimentos antes mesmo da posse do novo governo. Deste modo, vamos ao registro das movimentações na montagem do ministério do novo presidente que de anunciado para no máximo 15, já está em 22, e não se exclui mais alguns necessários a depender dos ajustes que porventura virão. Assim, nota-se que se os super ministérios, das áreas consideradas prioritárias pela lógica do novo governo, como economia, justiça e política, foram prontamente compostos e tiveram seus titulares anunciados de imediatos, os ministérios da área social, provavelmente os menos importantes viveram momentos de tensão entre a extinção e a agregação a outros de maior relevância, na lógica do novo governo, ou mesmo quando mantidos, tiveram seus titulares nomeados no “final da raspa do tacho”, indicando a pouca relevância que terão no mandato Bolsonaro, vide Direitos Humanos, Cidadania, Meio Ambiente e o extinto Trabalho. Enfim, nas confusões, no varejo familiar e pessoal e no atacado da definição de sua estrutura ministerial, em que vive se metendo o novo governo, mesmo antes de tomar posse, prenunciam tempos complicados para a população brasileira, visto que as questões sociais e as políticas para estas áreas existentes parecem não merecer maiores atenções, a julgar pelas dificuldades na sua manutenção e nomeação de seus titulares, que parecem menos importantes do que as formaturas e outros eventos militares que parecem ocupar todo o tempo e energia do combalido futuro presidente. Assim, aguardemos os futuros desdobramentos e rezemos para estarmos enganados. Sérgio Guerra Licenciado, Mestre e Doutor em História Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador. Conselheiro Estadual de Educação - BA. Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia. Presidente do Instituto Ze Olivio IZO Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina".
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Última atualização em Seg, 17 de Dezembro de 2018 14:31 |
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