O Rio de Janeiro continua sendo uma mina inesgotável de escândalos em todos os níveis do serviço público, seja ele federal, estadual ou municipal, seja em todos os setores, do Executivo, com os seus 4 últimos governadores presos ou em, no máximo, prisão
domiciliar aguardando a conclusão dos inúmeros processos a que respondem por corrupção ativa ou passiva. O mesmo acontece com o Judiciário e seus tribunais e conselheiros da mesma forma que o seu Legislativo vive sofrendo processos e investigações envolvendo inúmeros dos deputados, principalmente as suas mesas diretoras por onde passam as propinas para aprovação de benesses para os diversos segmentos da economia. Desse modo, não é de admirar que a “famiglia” Bolsonaro aparecesse mais cedo ou mais tarde envolvida em episódios assemelhados, especialmente em se considerando que inúmeros de seus membros vivem de cargos eletivos há quase 30 anos e aproveitando a onda de crescimento que levou o patriarca a presidência da república e, conseqüentemente, sua ex-assessora parlamentar a condição de 1ª dama. Deste modo, juntamente com outra “famiglia” de assessores dos Bolsonaros, pai e filho, o eleito presidente e um deputado estadual, eleito senador, apareceram em movimentações de dinheiro, tão estranhas e surpreendentes que foram detectadas pela Coordenação de Controle das Operações Financeiras, conhecida pela sigla de COAF. Assim, a semana do ainda não instalado, mas já bastante complicado governo, foi quase completamente dedicada a “esclarecimentos” e a fuga dos mesmos, posto que as justificativas das manipulações de “empréstimos” e suas “devoluções”, quase sempre têm apresentado as datas correspondentes, ou próximas, dos dias de pagamento da ALERJ, além de “retiradas” em dinheiro vivo, na mesma condição. Por outro lado, para quem anda louvando os militares vale o registro que 2 dos assessores da “famiglia” Bolsonaro envolvidos nessas “trapalhadas”, para ser gentil na classificação, são policiais militares. Finalmente, para livrar um pouco a “famiglia” presidencial, mas não do governo que ainda não assumiu, mas estão em constantes destaques pelas suas trapalhadas nacionais e até internacionais, como as questões do meio ambiente e a transferência da sede da embaixada em Israel para Jerusalém, a semana foi animada pela presença da “ministra das mulheres, família, direitos humanos e o que ocorrer...”, a pastora e bispa Damares com a sua “conversa com Jesus no pé de goiaba”. E fora do governo só o “episódio do médium João de Deus” conseguiu dividir as atenções desta semana que primou pela animação e fatos inusitados, também no campo religioso. Enfim, mais do que assustador pelo reacionarismo que prenuncia o próximo governo já está se apresentando como um forte produtor de situações que, definitivamente, colocará o Brasil, na imprensa de todo o mundo como um país produtor e exportador de episódios que marcarão o “folclore político”, para não dizer palavras mais duras. Deste modo, já existe até um número cada vez maior de brasileiros que para não perder o caráter satírico que nos domina que já estão dizendo que “podemos não morrer de desespero e de desesperança, mas, com certeza, de tédio não morreremos”. Quem viver verá! Sérgio Guerra Licenciado, Mestre e Doutor em História Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador. Conselheiro Estadual de Educação - BA. Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia. Presidente do Instituto Ze Olivio IZO Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina". |