Mal começou o seu governo e o presidente Bolsonaro já estava vivendo um dilema vegetariano, pois não se sabe se este novo mandato ficará conhecido como sendo o dos “laranjas”, fartamente
produzidos na assessoria de seu filho e esposa no caso da ALERJ, dos “pés de goiabas”, onde Jesus teria aparecido para sua ministra da Mulher, Família, Direitos Humanos & Cia, ou simplesmente do Açaí de Val, sua assessora em Brasília que mantinha uma barraca no Rio de Janeiro, apesar de saber que a sua preferência mesmo é pelo verde-oliva dos militares ou da cor da PM do Rio de Janeiro onde cultiva um laranjal. De qualquer maneira, em apenas 3 dias úteis o novo mandato já se viu envolvido em inúmeras confusões que vão dos dilemas do “azul para meninos e rosa para meninas”, as questões do ENEM das quais o presidente já se declarou como fiscal e revisor pessoal, aos dos mal tratos dos jornalistas estrangeiros na sua posse, até a troca de documentos para sua assinatura, o que valeu desmentidos de vários assessores, ministros e até do próprio presidente no sentido de garantir que não haverá aumentos de impostos, tudo isto sem contar com as declarações desencontradas e até conflitantes entre seus vários assessores, principalmente o encarregado de relações exteriores. Pensando com muita boa vontade, vamos considerar que estas confusões se devem a um período inicial de governo, especialmente um grupo formado sem grandes identidades políticas, salvo um vago sentimento anti-petista ou anti-esquerdista, se é que o grupo consegue entender o que é isto, em um momento em que o Congresso Nacional está em recesso, salvo as articulações para as mesas diretoras das casas, nas quais apenas a Câmara de Deputados parece ter um candidatura consolidada em Rodrigo Maia que caminha para seu 3º mandato, além das lutas pelas lideranças do novo governo. Nesse vazio é razoável que estas confusões se desenvolvam e até se multipliquem, visto que as questões objetivas, principalmente a pauta econômica, não estejam exigindo um comprometimento maior e mais cuidadoso do governo, assim a irresponsabilidade de grande parte de seus membros e os discursos de palanque eleitoral ainda continuam a dominar as falas de todos, até do presidente que parece não ter se dado conta de que já chegou a hora de assumir o governo e tocar as questões fundamentais de sua governabilidade e de que é necessário apresentar suas direções para o conjunto da população que pouco está se ligando para o folclore de seus ministros e quer saber para onde vai à economia e as mudanças no seu cotidiano. Enfim, ainda há um tempo de espera do que efetivamente o governo vai fazer para além das “goiabas de Damares”, “laranjas de Queiroz” e do “açaí da Val”, pois se estes episódios desmoralizam prematuramente o mandato presidencial, existem questões mais importantes e definidoras da vida nacional que aguardam decisões e indicações mais claras do que pretende o novo governo, pois para isto foi eleito e não para ampliar o pomar e folclore nacional. Deste modo, ainda que haja recesso no Judiciário e Legislativo, o Executivo precisa mostrar a que veio, posto que 2019 já começou. 06012019. Sérgio Guerra. Licenciado, Mestre e Doutor em História Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador. Conselheiro Estadual de Educação - BA. Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia. Presidente do Instituto Ze Olivio IZO Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina". |