O falso moralista [da voz fina de taquara rachada]. Por Paulo Guedes |
Sáb, 23 de Março de 2019 04:53 |
No atribulado momento histórico que vivemos, algo como a "era dos coxinhas", alguns personagens se destacam. Não exatamente pela inteligência, conhecimento ou contribuição à humanidade. O destaque fica por conta dos aspectos bizarros, pelo oportunismo e pela vulgaridade que sequer buscam esconder. Entre as celebridades do Brasil no final da segunda década do século XXI, uma é especial. O ex-juiz Sérgio Moro. Juiz de 1° Instância de uma Vara Federal, ganhou destaque na mídia conservadora pois se mostrou um instrumento poderoso para fazer política e atingir, com contundência, os seus adversários ideológicos que, certamente apenas por coincidência, eram também os políticos execrados pelo andar de cima da sociedade brasileira. Juiz que não vacilou em desrespeitar o CPP, a Lei e à Constituição, sempre com a justificava moral que eram ações de um agente público em luta contra a corrupção. Ainda que a sua "luta" fosse focada em escolhas com nítido perfil ideológico. Tanto aprontou o ex-juiz que conseguiu levar às grades o maior líder popular do país e um ex-presidente com enorme prestígio interno e internacional. Os processos conduzidos contra o ex-presidente Lula assombram o mundo jurídico democrático pela condução parcial, viciada e diferenciada com relação a processos similares. Não satisfeito, o ex-juiz usou o seu prestígio, inegável, para influenciar os pleitos eleitorais de 2014, 2016 e 2018, sempre "trabalhando" a agenda da justiça com um olho no calendário eleitoral e "montando" operações para prejudicar os seus adversários políticos. Tanto fez que o prêmio lhe alcançou. Deixou a toga e abraçou a carreira política, em um governo que ajudou a eleger. Hoje, ministro de Justiça, tenta, como sempre usando a indignação popular contra a corrupção como elemento de chantagem, pautar o Poder Legislativo. Ao mesmo tempo, espalha o terror entre a chamada "classe política" com o uso da Polícia Federal (a polícia judiciária para crimes federais) como instrumento ostensivo e agressivo para humilhar políticos investigados e possíveis réus. Ontem, o espetáculo midiático das perseguições nas ruas a um ex-presidente da República e um ex-ministro e ex-governador de estado, foi uma pequena mostra do que deverá ser nesta "era dos coxinhas" a atuação da PF dirigida pela grife "Sérgio Moro". Como havia uma ordem judicial de prisão contra os dois políticos, por que o delegado responsável da PF não ligou para ambos, pessoas públicas com endereços conhecidos, e pediu que eles e seus advogados comparecessem a determinada hora à sede regional da PF? Qualquer receio quanto a fugas, bastante improvável, seria afastada apenas com um discreto monitoramento dos passos de ambos. Mas não. Montaram um circo de mau-gosto, bizarro, com homens camuflados, armados com fuzis, em vias públicas, para prender dois cidadãos desarmados e que há menos de 90 dias ocupavam os cargos mais importantes da República. É a doutrina (sic) Moro. Autoritária, abrutalhada e grotesca. Doutrina que reflete a imagem de um homem sem qualidades, oportunista e falso moralista. Ex-juiz medíocre da voz fina de taquara rachada. Claudio Guedes é Empresário |
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