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Whisky com Guaraná. Por Zuggi Almeida
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Dom, 08 de Dezembro de 2019 04:47

Zuggi_AlmeidaHá quatro anos as portas da classe média abriram-se para uma amiga minha. A senhora que viveu por quase quatro décadas num bairro de periferia, de repente embarcou no mundo dos prazeres e sonhos realizados. Apareceu um príncipe encantado no momento que ela estava fechando o livro de histórias.

Milagres acontecem.

Como símbolo do novo status ela passou a consumir roska preparada com vodka Absolut, kiwi e algumas gotas de adoçante. O acompanhamento era com lascas de queijo gouda e torradas. Acrescente-se o uso de bolsas douradas e jóias em profusão.

Assim está definido o perfil da eleitora do Bolsonaro. O mal gosto associado à omissão da origem social. Isso explica o pavor a pobre, afinal ele vê sua imagem real no espelho.
Quando imagino que o sueco que criou o formato de destilação da Absolut deve estar se revirando no túmulo, talvez porque ele não saiba que o tosco e grosseiro são algumas das características de um governo cujo o presidente da República administra o país como um clube de subúrbio.
Os seus filhos promovem as festas de finais de semana e reinam entre as moçoilas que prospectam um bom partido. A diretoria promove bazar natalinos beneficentes e desvia os presentes doados para netos e afilhados.

O quadro social é composto por condecorados pelos lyons, rotarys e a marçonaria. Na portaria ficam os agentes duplos do estado encarregados de conduzir em possantes utilitários, as consortes dos dirigentes.
A oportunidade é perfeita para exibir colares, brincos e relógios adquiridos na última viagem à Miami, beber Royal Salute com pouco gelo e guaraná e debruçar-se sobre a mesa de sushi.
Altas gargalhadas degladiam com a música sertaneja, também em volume alto.

O Brasil foi tomado por gente mal-educada e retrógrada onde o preconceito, a intolerância, o racismo e a violência são utilizados como referência de afirmação de poder. Eles odeiam o conhecimento, pois torna-se uma ameaça para a ignorância herdada na origem.
Eles odeiam de onde vieram, alí está registrado o dna social e o código indica cruzamento de pobre com pobre.

Pobre Brasil, pobre da minha amiga que não sabe que um conto de fadas pode terminar numa história de terror.
Quanto a esse autor, acha bem mais chique beber Cuba Libre.

* Zuggi Almeida é baiano, escritor e roteirista.

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