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A construção da frente democrática para defenestrar o bolsonarismo. Por Josias Pires
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Seg, 08 de Junho de 2020 12:21
Josias_Pires"Grupos contra Bolsonaro vão às ruas, mas sem frente ampla" foi o título escolhido pelo jornal Folha de S. Paulo deste domingo (07/06 p. A8) para caracterizar a base política do movimento que ocupou ruas, praças e largos de várias capitais brasileiras nos últimos dois domingos. A adversativa "sem frente ampla" é enganosa. Explico. A repulsa à Bolsonaro, como reconheceu o jornalista Jânio de Freitas na mesma página da Folha é um sentimento coletivo da sociedade brasileira, ativo e operante. Nos últimos 15 dias surgiram os movimentos Estamos Juntos , o Basta!, este reunindo dezenas de milhares de assinaturas de juristas e operadores do Direito e o Somos 70%

Em meio à neblina institucional observada pelo decano do jornalismo brasileiro estamos vivendo o interregno entre o país forjado na luta contra a ditadura civil-militar e banhado pelas águas da Constituição de 1988 e a atual interrogação acerca das ameaças militaristas de um novo tipo de ditadura enfeixado por uma espécie de projeto de Estado Máfia como antevê o filósofo Paulo Arantes. A pandemia envenena pulmões, a polícia racista impede as suas vítimas de respirar, o oxigênio da democracia rareia em várias partes do mundo e, de modo, acelerado e trágico no Brasil.

As divergências em torno da presença massiva de manifestantes nas ruas neste momento de disseminação do vírus que mata centenas de milhares de pessoas em todo o mundo devem ser consideradas em três registros. A agitação de rua dos gatos pingados de bolsonaristas está colaborando para isolar o presidente e seus asseclas da maioria dos brasileiros; o princípio de que o isolamento físico entre as pessoas é a principal arma que temos no momento para conter a rápida disseminação do vírus e evitar o colapso dos serviços de saúde; e, por fim, a aposta nos confrontos de rua é a única que parece restar aos radicais da extrema-direita para tentar esfumaçar o isolamento político do presidente miliciano em busca do fechamento do regime.

É enganoso atribuir aos gatos pingados neofascistas olavo-bolsonaristas o domínio das ruas; é enganosa a comparação que alguns estão fazendo com as multidões de milhões de pessoas que ocuparam as ruas nazistas da Alemanha pré-guerra. O filhote de Hitler e Mussolini que ofende a República brasileira hoje deverá ser batido pelas forças democráticas e, assim que o risco de disseminação do vírus for controlada ou, pelo menos, reduzida em relação aos níveis atuais, as ruas serão ocupadas por milhões de brasileiros de todas as correntes de opinião, da esquerda à direita democrática, em busca do impeachment do presidente subversivo. Para vencer o golpismo militarista em andamento iremos lutar em todas as frentes para o fortalecimento da cidadania e o pleno exercício dos direitos civis.

Na análise feliz de Jânio de Freitas "até agora foram 17 meses de retrocesso político, econômico e social". O caos em nosso país está sendo contratado pelo pior governo do planeta neste momento. Os movimentos de resistência e afirmação democrática estão sendo retomados. O cenário mundial é de desintegração da política democrática ao lado da necessidade de maior intervenção do Estado. O capitalismo (neo)liberal revela-se incapaz de dar respostas aos graves problemas por ele mesmo criados em todo lugar. Na verdade, como lembra Caetano Veloso em live histórica , o liberalismo escravista brasileiro, assim como o pós-escravista jamais deram resposta adequada aos graves problemas da maioria da população do nosso país.

As tarefas históricas são gigantescas. A primeira dela é nos livrar de um presidente que está destruindo as instituições, a cidadania, as liberdades civis, a economia, a saúde, enfim, está levando o país para o caos, pois esta é a única receita que conhece para implantar o seu Estado-Máfia. Livrar o povo brasileiro deste vírus canceroso é a tarefa principal da frente democrática em construção.

Limpando o terreno, reduzindo a taxa de poluição e toxidez do ar, quando pudermos respirar um pouco melhor o ar da democracia, iremos cuidar das tarefas seguintes, sendo a principal delas a construção da nação inclusiva da qual haverá de integrar as muitas dezenas de milhões de brasileiros excluídos pelos projetos econômicos liberais que reproduzem o racismo, as desigualdades, a violência e o autoritarismo .

Josias Pires é jornalista 

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