Quando a vida é decretada por Xangô. Por Renan Araújo |
Qui, 30 de Julho de 2020 04:56 |
“Céu de estrela sem destino De beleza sem razão Tome conta do destino, Xangô Da beleza e da razão”
Os jornais anunciaram: os terreiros da Bahia não vão reabrir ainda. Os rituais podem esperar. Foi Xangô que decretou, nos búzios que Mãe Ana jogou. E a voz de Xangô é lei no Ilé Axé Opô Afonjá. (Fechado por um ano, pela morte de Mãe Stella de Oxóssi - o Axexê - o terreiro só reabriu em janeiro de 2020. Ficou aberto somente por dois meses e foi novamente fechado pela pandemia, agora não vai ainda reabrir.) A morte vai ter que esperar. Assim decretou Xangô. E o decreto se estendeu pelo Ilê Axê Opô Aganju e outros terreiros do lugar. Candomblé não é shopping de fé. É fé! E Xangô, o orixá da justiça, quer respeito à ancestralidade. Respeitar e preservar os idosos é marcante no candomblé. Xangô quer vida, como a ciência luta e quer. Que, além dos terreiros, Xangô reine, nos afaste da ignorância, mesmo que para isso lance mão de raios e trovões. Que seu oxê aja em corações e mentes dominadas pelo obscurantismo perverso.
Kaô Kabecilê |