Dentre todos os problemas que o governo brasileiro enfrenta, sejam os das naturezas que são potencializados pela incúria dos órgãos que os deveriam controlar ou mesmo aqueles que o governo tem criado, sejam por incapacidade gerencial ou mesmo por decisão política, como no caso das questões ambientais, ou mesmo como até resultado do somatório de todos eles.

O tema dominante das últimas semanas que findaram foi a pandemia ou a vacina que deverá ser comprada pelo governo para imunizar uma parcela significativa da nossa população, o que vale pelo menos algumas dezenas de milhões para atingir pelo menos os grupos mais vulneráveis do Brasil.

As idas e voltas ocorridas nesta última semana dizem bem do tiroteio às cegas porque passou o próprio governo em suas diversas esferas, demonstrando um elevado grau de desconhecimento dos processos, o que levou estas autoridades a sucessivos desencontros, promovidos e potencializados, por declarações até do próprio presidente que afirmava ações que depois ele próprio negava, bem como o desmentido do presidente para em seguida ser confirmado pelo seu ministro da Saúde, novamente negado pelo presidente, para depois ser confirmado pelo órgão técnico que deve ser o responsável pela decisão final de validação das vacinas.

E assim, continua a vida desse (des) governo que parece mais preocupado em promover o caos do que definir e seguir uma determinada linha de atuação que lhe permita atingir objetivos previamente definido, ao invés de perder tempo entre brigas, bate-boca e xingamentos entre os membros mais proeminentes de seus governantes
que ocupam muito mais de seu tempo nestas brigas do que em desenvolver uma política de governo que atenda aos maiores desejos da população brasileira. Já se fala até que o ministro do Meio Ambiente tem se colocado como o sucessor do ex-ministro Weintrab, como porta-voz da direita ideológica que Olavo de Carvalho representa.

Enfim, resta-nos aguardar as eleições norte-americanas neste começo de semana e assim ver como ficará o governo brasileiro no plano internacional, pois a derrota de Trump confirmará o enorme grau de isolamento em que vive, pela primeira em nossa história política, haja à vista que ainda esta semana confirmou sua posição junto a algumas das mais atrasadas nações do mundo em documento em que se coloca como contrário ao direito ao aborto com novas restrições de ordem policial que dificulta tal prática. Deste modo, esta semana poderá ter possíveis profundos desdobramentos no futuro da política internacional do Brasil.

01/11/2020.

Sérgio Guerra
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação - BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.
Presidente do Instituto Ze Olivio IZO
Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina".

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