Confesso que senti uma certa dificuldade em tratar nesta semana de algum outro tema que não seja as “Eleições dos Estados Unidos”, como sempre polarizada entre os partidos Democrata e Republicano que correspondem aos mais urbanos e progressistas e entre os rurais e conservadores, respectivamente.
Vale lembrar que seria grosseiro uma redução de tão grande partidos a uma uniformidade que, efetivamente, não pode conseguir traduzir as multiplicidades que a vida social de uma nação comporta. Portanto, chamar um partido, no caso o Democrata, de “esquerdista” ou mesmo “comunista” não deve ser visto como nada além de um mero xingamento eleitoral.
Mesmo considerando que uma mudança tão radical quanto a que se apresenta nas eleições da grande nação do Norte, pois se trata da sucessão de um governo sem grandes apoios, mesmo dentro do que teoricamente seria o seu partido, o Republicano, eleito numa onda de autoritarismo nacionalista, a mesma que atingiu também o Brasil e elegeu Bolsonaro, que trazia em seu bojo uma rejeição total e irresponsável a política, em suas mais variadas expressões como partido político, sindicatos, associações e demais instituições que tem como objetivo fundamental a representação dos diversos organismos da sociedade, bem como a organização de todo o estado.
Assim, o governo Trump dos Estados Unidos passou a se recusar a participar e a renunciar a sua participação dos vários organismos internacionais, como a Organização Mundial da Saúde, a OMS, mesmo em plena crise da COVID 19, assim como do Tratado de Paris, que estabelecia metas de redução da emissão de gás carbônico, condição fundamental para garantir a preservação do meio ambiente além de muitos outros. Enquanto provocava muitos outros países do mundo, especialmente as maiores potências, inviabilizando a construção de um mundo mais organizado e justo.
Deste modo, a vitória do partido Democrata, por meio da candidatura Biden/Kamala, representa uma maior possibilidade de construção de um novo mundo, por meio de negociações e acordos internacionais, me perdoem os “eternos revolucionários” que ainda acreditam na “revolução proletária” que nos levará de pronto ao socialismo/comunismo. E “prá não dizer que não falei de flores” o presidente Trump se recusa a aceitar a derrota e quebrou a tradição do discurso em que se assume a derrota, no que é secundado pelo silêncio do governo do Brasil. Fala Bolsonaro!
08/11/2020.
Sérgio Guerra Licenciado, Mestre e Doutor em História Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador. Conselheiro Estadual de Educação - BA. Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia. Presidente do Instituto Ze Olivio IZO Cronista do site "Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina". |