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Ufba - a segurança, a polícia e as armas por Malu Fontes
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Qua, 17 de Setembro de 2014 01:17

Malu_Fontes2Antes de terminar a primeira semana à frente da reitoria da Universidade Federal da Bahia, o professor João Carlos Salles deparou-se com um incidente que, mesmo antes de acontecer, não na forma como aconteceu, mas como fenômeno, já anunciava-se como latente: a segurança na Ufba. Ou a insegurança, para quem prefira.  No dia 11 de setembro, um aluno foi atingido por um tiro disparado por um segurança da empresa terceirizada pela universidade após ser flagrado pichando um muro na Escola Politécnica.

Independentemente desse episódio, vê-se com frequência os alunos da Ufba reivindicando segurança nos diversos campi e cobrando providências quanto aos assaltos ocorridos nas linhas de ônibus exclusivas dos estudantes, ou seja, nos micro- ônibus chamados buzufba. A primeira questão que surge quando se lê nos jornais os estudantes da Ufba pedindo socorro pela falta de segurança nos campi e nos ônibus exclusivos é a reflexão da população de Salvador diante disso, que pede a mesma coisa fora da universidade e talvez se pergunte por que o socorro a ela deva ser mais importante do que aquele esperado por quem está fora dela.

Um aspecto não pode ser perdido de vista: é possível ter uma Ufba segura numa cidade insegura? Responder sim é afirmar que a universidade se assume como uma ilha, tese com a qual a sociedade dificilmente concordará.

A segunda questão é mais complexa e diz respeito à absoluta falta de consenso sobre o que significa ser atendido em um pedido de socorro quanto à insegurança pública. Se há algo sobre o que reina o dissenso na universidade é sobre a presença da polícia dentro dos campi. Entre alunos, funcionários administrativos, professores e pais de alunos, as opiniões divergem de oito a oitenta e isso quer dizer muita coisa, pois o que um pede não é nem de longe o que o outro quer receber como sendo sinônimo de proteção. Quando a sociedade pede socorro, pede polícia e policiamento.

Já na universidade, a reivindicação da polícia nos campi é assunto que não dá apenas pano para mangas. Dá pano para uma lona inteira. E, se é assim, a Ufba não pode deixar de assumir explicitamente sua postura: ela quer e precisa de segurança, mas não admite e não cogita nem de longe a polícia dentro dos campi. E se quer ser entendida, precisa dizer por quê.

O fato é que, para o novo reitorado, mais do que nunca, a questão da segurança se interpõe como um problema, um desafio e um problema cujo debate envolve questões polêmicas sobre o sempre alegado despreparo da polícia ou de seguranças privados usando armas para lidar com estudantes. Embora possa parecer, não é ironia. Quem identificar uma guarda armada preparada para lidar com gente no Brasil  ganha Prêmio Nobel da Paz. E,  sem defender o uso de seguranças disparando tiros contra o primeiro aluno que aparece pichando um muro, é preciso combinar que tá longe o dia em que assaltantes temerão seguranças tão somente porque esses usam uma farda ostentando essa função.

O tema tem tudo para se tornar um eterno assembleísmo, coisa da qual parte da universidade nunca deixou de gostar, vamos combinar. Mas há coisas  que talvez ajudem e parecem muito simples. Hoje, qualquer pessoa, tenha ou não vínculos com a Ufba, entra e sai de qualquer campus e até mesmo usa o buzufba sem que lhe peçam um papel riscado.

Controlar minimamente o acesso com identificação não impede completamente que a violência se dê nos campi, mas certamente ajudaria em muito se a Universidade estabelecesse exigências mínimas para quem passa diariamente por seus portões de acesso, pelas portarias de suas unidades e usa os ônibus exclusivos dos alunos.

* Malu Fontes  é jornalista e professora de Jornalismo da Ufba

Artigo publicado originalmente em http://www.correio24horas.com.br/detalhe/noticia/malu-fontes-ufba-a-seguranca-a-policia-e-as-armas/?cHash=b55c78ff42fb0426e0414fe5ca140c16

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