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Evento online “Curuzu Afrofuturista” abordou a representatividade do negro numa perspectiva de futuro
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Ter, 13 de Abril de 2021 20:00

Evento_On_Line_Curuzu_AfrofuturistaNos últimos dias 8 e 9 de abril, o bloco Ilê Aiyê realizou o evento online “Curuzu Afrofuturista”, no YouTube, com o objetivo de debater sobre o Afrofuturismo como movimento estético, cultural e social, que se afirma a partir de perspectivas negras, mirando num futuro onde pessoas negras existem e são diretamente responsáveis pelo mundo em que vivem.

Na primeira mesa, “O Poder da Música”, os artistas Larissa Luz e Japa System foram recebidos pelo percussionista Mario Pam, que participou como mediador, para falar da música como linguagem decisiva no posicionamento da experiência negra como central nas narrativas construídas pela arte.

“Eu vejo o Afrofuturismo como movimento estético cultural que combina elementos da ficção científica com elementos da arte diaspórica, da arte afrocentrada, com elemento surreais e mágicos, que cria possibilidades de construção de uma nova realidade, que conecta passado, presente e futuro, de histórias que perpassam por nossos corpos, e que nos possibilita construir uma realidade sem limites, sem restrição, para além do nosso alcance”, definiu a cantora, compositora e ativista Larissa Luz

“Mais que movimento estético, social e cultural, o Afrofuturismo é um movimento de resgate de um passado que nos foi tomado, uma possibilidade de recriar um futuro em que o povo negro possa ser protagonista. Eu lembro que quando eu era criança, colecionava Playmobil, e não havia bonecos negros, o sistema impõe isso, e se a gente não recriar, vamos continuar nas pautas escritas, mas não na prática”, alertou o percussionista Japa System, idealizador da Nave System e integrante da banda BaianaSystem.

Larissa Luz realçou que o Afrofuturismo começa por uma revolução estética e que ela está em curso “Não tem como falar de revolução sem falar de estética, porque estamos falando de um pré-julgamento e um massacre que viemos sofrendo por conta de traços estéticos, físicos. Diante dessa realidade, e a arte nos permite reposicionar os nossos corpos em outros lugares, e construir outras histórias e não as que contaram por aí como se fossem nossas. Essa é uma realidade presente, estamos fazendo isso com muito respeito, o povo preto está fazendo mesmo sem saber que está fazendo. Estamos nos permitindo experimentar para reconstruir. O Afrofuturismo está acontecendo”.

Japa System destacou que o movimento significa uma quebra de correntes. “A tecnologia veio para nos permitir esses acessos, e precisamos estar antenados para viver esse momento”

Artes e Estéticas - O segundo encontro do evento “Curuzu Afrofuturista” teve como tema “Artes e Estéticas” e reuniu os convidados Diane Lima, escritora e curadora independente, e o roteirista de audiovisual Marcelo Lima, com mediação do diretor de arte Edgar Igor para abordar a importância de contar novas histórias que não invisibilizem o negro nas artes e no seu dialogo na luta pela representação em qualquer forma de futuro.

Diane Lima expôs a sua prática curatorial em perspectiva decolonial e, logo no início da sua fala, lembrou que, apesar do decolonialismo (que tem como objetivo libertar a produção de conhecimento da episteme eurocêntrica) ser um termo recente, o Ilê é decolonial desde que o mundo é mundo.

 

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Na Mesa 2, a curadora e escritora Diane Lima e o roteirista Marcelo Lima foram os convidados, com mediação do diretor de arte Edgar Santos

“A prática curatorial em perspectiva decolonial se refere à construção de narrativas simbólicas e sensíveis para montar um discurso dentro de exposições e programas educativos e formativos, e que tem tudo a ver com criação de autonomia, pertencimento, e o cruzamento disso com as relações de poder. Está associada à ideia de criar uma desobediência da eurocentralidade e da hegemonia branca”, explicou.

O roteirista Marcelo Lima destacou um entendimento acerca das possibilidades projetadas pelo Afrofuturismo e que o tocou como criador. “Entendo esse movimento acima de tudo na afirmação que ele faz sobre a ocupação de criadores negros criando histórias afrocentradas, que diz que não queremos apenas ser representados, mas que queremos controlar essa representação, e ser essas pessoas que produzem essa representação”.

“A relação de um futuro negro está muito entrelaçada com a possibilidade de habitar o impossível, de habitar o que não sabemos, e por isso devemos imaginar radicalmente esse futuro, especular radicalmente esse futuro, e ficcionalizá-lo, e é um pouco isso que nós, que trabalhamos com arte e cultura, estamos fazendo”, reforçou Diane Lima

“Curuzu Afrofuturista” foi uma realização do Ilê Aiyê e da Caderno 2 Produções, com patrocínio do Governo do Estado por meio da Bahiatursa.

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  • mariofoto1_MSF20240207-126Lavagem Funceb. 08.02.24. Alb 2. Foto: Mário Sérgio
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