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TIMBALADA: poderosa célula percussiva que revoluciona a música mundial
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Qua, 21 de Junho de 2017 21:29

Timbalada_scXXIHá 25 anos, a poderosa célula rítmica da Timbalada vem representando uma revolução na música percussiva mundial. Se para os seus fãs é motivo de alegria original, para compositores, regentes, percussionistas e artistas, ela indica o surgimento de uma base percussiva inédita, confortável e inconfundível, fruto, antes de qualquer coisa, de uma revolução instrumental. Muito mais que uma banda, a Timbalada é um movimento vivo.

 Desde que foi criada, a Timbalada vem ganhando o mundo com sua harmonia perfeita. Suas levadas férteis deram base para o neo pagode, estão na música sertaneja e influenciaram o reggaeton. “Há quem pense que a Timbalada vem de 500 anos, mas ela é um resultado de inventividades, ela é afro-ameríndia, a miscigenação é que dá o seu tom. Ela não é a banda de uma cidade, ela dialoga com as comunidades, está nas favelas do Brasil e é fonte inesgotável para o mundo percussivo”, afirma seu criador Carlinhos Brown.

 Ele lembra que o movimento Vai quem Vem, também criado por ele no Candeal, foi a primeira célula para a formação da Timbalada. “Na primeira gravação do Vai quem Vem, com Sérgio Mendes, no CDBrasileiro, em 1991, tive a oportunidade de compor, arranjar e experimentar ao lado de grandes nomes da música mundial. É nesse CD que se encontra a música Magalenha, que está entre as maiores execuções da musica brasileira no exterior. Também está lá Whats is This, composta por mim e a professora de inglês Carmem Alice, que nos levou a ganhar um Grammy pioneiro, pois até então nenhum hip-hop tinha sido citado como concorrente dessa conceituada premiação”.

 A alquimia das batidas da Timbalada é resultado de um laboratório percussivo complexo. “O Vai Quem Vem adormeceu, mas foi nele que virei os surdos pela primeira vez (surdos virados) para imitar som de bateria saxônica, dele veio também o rubber nose (os três surdos baixos) que imita o modelo de tímpanos sinfônicos. Então incorporei esses instrumentos à Timbalada e criei a bacurinha como acompanhante do timbal. Adaptei os pandeirões do bumba meu boi, cortei igual a surdo, abafei....e demos novos toques e novas tecnologias para o timbal ganhar resistência, afirmação e afinação”, relembra o cacique.

 Ao tempo que renovou e acelerou as batidas mais arrastadas dos blocos afros, dando ênfase ao Carnaval, a Timbalada nasceu propondo interferências no contexto social. “Convidei percussionistas para recuperar a memória do tão marginalizado timbal e seus tocadores. Todos diziam que era impossível juntar mais de três timbaus. Foi quando usei minha disciplina de músico acompanhante e, com o apoio do mestre Pintado do Bongô, vendi meu primeiro carro, comprei 100 timbaus e montei o primeiro grupo de estudo. A Timbalada é ritmo, mas também é elemento agregador pensado para diminuir a violência urbana”, reforça o músico.

 O próprio fundamento da Timbalada dá dicas dos caminhos que estão por vir. Brown anuncia que é hora de retomar sua força como movimento musical e social. “Por isso, lançaremos o Club do Timball, para retomarmos os grupos de estudo, as escolas técnicas percussivas de base, a manutenção dos toques e cantigas do candomblé nas linguagens banto, ijexá, mahi e jeje-nagô, e para efetivarmos a nossa relação com esse timbaleiro apaixonado, lembrando que o verdadeiro timbaleiro não é aquele que apenas se pinta para dançar e cantar com a banda. O timbaleiro é, acima de tudo, um voluntário social”.

 À frente do movimento, o artista sustenta que toda mudança de geração acontece de forma não intencional, e o conjunto não perde a importância jamais. “Ensimesmar-se é um grande erro para quem quer atingir as massas. É a disciplina que traz a visibilidade. Não precisamos nos aprisionar ao Carnaval, temos capacidade de inspirar o mundo, e por que não de sobreviver dessa potência cultural?”.

 No que depender de Carlinhos Brown, a Timbalada do século XXI continuará transbordante. “Serão 21 músicas inéditas, já em processo de gravação, para celebrar esse momento. Deixei muito de curtir e ir à praia para estudar essa célula e continuo estudando e aprendendo. Nos últimos 30 anos, formei mais de 15 mil músicos em várias linguagens. Nesse momento, o timbal está sob a minha liderança. Manteremos os existentes pixote, tamanquinho e aremba, mas virão células novas. Vou fazer como sempre fiz, eu tenho o DNA da Timbalada. Só peço a Deus inspiração e humildade para a grandeza do que Ele me deu. Obrigado a todos pela confiança”.

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