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Mulheres Dançam e fazem dos seus corpos instrumentos de LUTA e ACOLHIMENTO
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Sex, 27 de Julho de 2018 13:50

Resistencia_2Elas dançam pela casa. Elas transitam e transformam os cômodos. Elas ocupam e fazem parte do lugar, interagindo com suas próprias naturezas. Seus passos são bem mais do que coreografias... são parte do espaço que oferece ao público-testemunha uma experiência sensível e política de versões múltiplas e alternativas sobre corpo e intimidade. È assim que o projeto de dança contemporânea Corpo em Casa volta em cartaz, proposto pela Deslimites Mediações Artísticas, com o intuito de mais uma vez aflorar e fortalecer o feminino e o feminismo, lutando contra as violências e desigualdades de gênero, raça, classe e em busca da eqüidade entre os pares.

Corpo em Casa chega na segunda edição a partir desta quarta, 01 de agosto, na Casa Rosada, Travessa dos Barris, 30, com a curadoria Sapotieira Sobre Cuidados e Maneiras de Resistir, assinada por Thiago Cohen com assistência de ThuLien Guzman NoYo. Neste mês de reestreia os bailarinos apresentam Ardor (Meirejane Lima), Égide (Melissa Figueiredo, Carolina Miranda e Clara Boa Sorte), Resistência (Juliana Molla e P. Ginna Jörge), Quem me mandou berrar ao sol? (Sthefferson Lima e Aline Corujas) e a instalação fotográfica Onde adormecem as imagens (Ravena Maia). Durante 3 meses de apresentações com 3 curadorias, 26  dançarinos irão apresentar 14 obras, sempre às quartas e na última sexta e sábado de cada mês, às 19h30.

Segundo Thiago Cohen, um dos idealizadores e também dançarino do Corpo em Casa, o tema da primeira curadoria Sapotieira - Sobre Cuidados e Maneiras de Resistir surgiu após perceberem que as lutas também tem espaço para os acolhimentos. “O cuidado é um caminho e pode ser uma maneira de resistir, como aquilo que precede aos embates ou que os cessa para em seguida continuar. A necessidade de ser acolhida é também a de acolher, de estar próxima confundindo distâncias, ouvindo e curando anseios, para enfim continuar resistindo-cuidando”, pontua Cohen e acrescenta: “em homenagem à Casa Rosada, que tem três árvores frutíferas, cada curadoria tem um primeiro nome respectivo à sua árvore: sapotieira (rebatismo do sapotizeiro) para agosto, mangueira para setembro e pitangueiras para outubro”.

Para participar do Corpo em Casa, os artistas foram convidados a se reinventarem e se questionarem, entendendo a casa como mais um elemento cênico (um espaço “vivo”), na qual se produzem experiências particulares de corpo e de intimidade com quem a compartilha (bailarinos e artistas) e com quem testemunha (público visitante). “As oficinas de formação aconteceram com artistas residentes em Salvador com obras já estreadas ou em processo de desenvolvimento, que imbuídos no espírito de parceria, solidariedade e autogestão se comprometeram a colaborar juntos na construção de toda a produção artística do evento, explica a dançarina, curadora e uma das coordenadoras da Deslimites Mediações Artísticas, Ana Brandão.

De acordo com a equipe de realização, as obras que compõem a programação do Corpo em Casa são frutos de inspirações e/ou histórias vividas por mulheres antigas ou contemporâneas, amigas, parceiras e aliadas, mas que trazem em suas trajetórias os mesmos desejos da transformação social. São elas que colocam seus corpos como disparadores de propostas, traduzindo sua existência a partir do seu do seu próprio corpo, das memórias de vida, da redescoberta da ancestralidade, assim como o reconhecimento de seus pares e suas ações.

A primeira edição dessa proposta cênica foi realizada, em 2016, como uma iniciativa independente idealizada pelos artistas/curadores Ana Brandão, Thiago Cohen, Nirlyn Seijas e Nefertiti Charlene. De Julho à Novembro, o Casarão Barabadá (Santo Antônio Além do Carmo) foi ocupado com 5 curadorias com 12 proposições cênicas de 17 artistas que atravessaram diversos posicionamentos sobre feminismo, identidade, ancestralidade e processos de descolonização.

Deslimites Mediações Artísticas

È um coletivo de artistas formado por Ana Brandão, Brisa Morena, Janaina Candeias, Naiara Rezende, Nefertiti Altan, Nirlyn Seijas, Thiago Cohen – que, desde 2014, amplia o horizonte da dança e propõe diversas ações estéticas, cênicas, políticas e formativas atravessando discussões transversais - emancipação, feminismo, descolonização do saber - com a finalidade de testar formas alternativas de arte, de relações, de comunidade... Atualmente o grupo ocupa e faz a gestão coletiva da Casa Rosada dos Barris, uma nova Casa de Cultura com caráter feminista, em Salvador.

Minibio: programa de mediação cultural para instituições "Deslimites", "Corpo em Casa", exibições da Mostra Pornô Feminista e o F°DA - Festival Ornitorrinco de Dança Audiovisual, além dos trabalhos cênicos "Há violência no Silêncio?", "O Horizonte é quando a vista deita os enganos do mundo", "Mujerzuela", "Demolições", dentre outras.

Curadoria de Agosto Sapotieira - Sobre Cuidados e Maneiras de Resistir

Resistência, de Juliana Molla e Priscila Ginna Jörge 

Resistência é um evento cênico que convida o público a testemunhar o ato de resistir através da perspectiva da planta. A obra oferece olhar aos elementos oriundos do universo das plantas como uma forma sensível de abordar as relações humanas. Os intérpretes e público-testemunho criam juntos uma floresta-instalação de samambaias, onde a delicadeza do tempo e o silêncio são convidados a se instalarem, criando uma nova dimensão de realidade e de presença. O desejo de Resistência é que cada um, a seu modo, se encontre e se reconecte com a sabedoria ancestral das plantas com mais inteireza, sutileza e confiabilidade.

Ardor, de Meirejane Lima
Ardor transborda como calor da luta e esperança de existir como realmente deseja. Essa provocação parte das observações e enfrentamento da dançarina em um sistema machista, racista e perverso que coloca a mulher, e principalmente a mulher negra, como objeto de desejo sexual. Essa mulher sofre as mazelas da sociedade, mas luta para ser ouvida e ter uma vida tranquila numa sociedade mais igualitária. A obra contemporânea se revela ao tentar ultrapassar uma porta que está em seu caminho e a impede de passar. E essa luta e diálogo se dão até esse corpo vencer esse obstáculo e estar de pé e resistir até onde conseguir aguentar, lutando pela existência de seu ser.

Quem me mandou berrar ao Sol?, de Sthefferson Lima e Aline Corujas

É uma instalação-coreográfica, que surge como uma possibilidade de resistir no cotidiano urbano onde se cruza, toca, ouve, vê, sente, no caso, experiências imprevisíveis. O performer em cena se sujeita a situações inesperadas pela rua, qual foge do seu alcance visual da percepção, numa tentativa de interrupção dos automatismos vividos diariamente. O trabalho buscou inspiração nos contrastes visuais e sonoros dos fluxos do dia-a-dia, nas ruas de Salvador para tentar conseguir atingir um espaço mais calmo, de olhar e percepção de si mesmo e do outro, possibilitando criar pequenas fissuras num cotidiano ininterrupto e esmagador.

Égide, de Melissa Figueiredo e Carolina Miranda

A obra é resultado de uma troca feita por quatro mulheres no cenário urbano atual, que se mantém vivas ao mesmo tempo em que está sempre se questionam sobre situações-problemas e de como são as maneiras de se fortalecer superando esses conflitos. Égide pela mitologia grega é o escudo de Palas de Atenas, e para muitos significa amparo e proteção. Em Égide, as bailarinas dançam na busca de um abrigo, em busca de fortalecimento de grupo, arriscando e sabendo a hora de esperar com calma, mas sabendo a hora certa de arriscar!

Onde adormecem as imagens, de Ravena Maia

A obra é uma instalação fotográfica que une imagens em saquinhos contendo sementes. A inspiração se dá por meio das experimentações com o corpo, com as fotografias e com as questões cada vez mais contemporâneas de pensar quais imagens percorrem e compõem os corpos. Esse processo fotográfico surge a partir de um das ações vivenciadas na residência (oficinas) do Corpo em Casa, que tinha como objetivo perceber visualmente a casa, criar cartografias visuais e encaixar-se nelas. Diante dos cuidados, afetos e resistências que esta curadoria propôs, a artista revela a maneira de existir dentro da casa, ser corpo e ser imagem, ao mesmo tempo, que também resiste.

Corpo em Casa 2018

Temporada 1 (Agosto): Sapotieira - Sobre cuidados e Maneiras de Resistir

Onde: Casa Rosada (Antigo bar e restaurante Quixabeira, na Travessa dos Barris, 30, rua em frente ao Espaço Xisto e Biblioteca Pública dos Barris).

Quando: 1, 8, 15, 22 de agosto (quartas) 24 (sexta), 25 (sábado) de agosto.

https://www.facebook.com/event

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