A arte que estrapola os limites tradicionais dos museus, das galerias, que vai para rua, para perto, que invade a rotina e cria vínculos. Pensando em trazer uma nova possibilidade de acesso à arte e formação de público, os artistas plásticos baianos Elano Passos, Ronald Lago e Alexandre Feliciano vão ocupar com um ateliê de arte coletivo um dos containers da Vila EcoSquare, no Rio Vermelho, durante todo o verão.

A inauguração acontece no dia 7 de novembro, às 20h, e a partir daí ficará aberto à visitação gratuita de segunda a sábado, das 13h às 21h.

A simplicidade e pureza dos traços em preto e branco do nanquim de Elano Passos vai se misturar às cores das tintas de Ronald Lago e Alexandre Feliciano. “Dividir um ateliê com esses artistas significa gerar um espaço de criatividade pulsante na cidade. A troca de experiências, de técnicas e de histórias são catalisadores para nossas mentes que buscam o tempo todo novos desafios”, conta Elano. “A ideia é que seja um lugar ativo, que sempre tenha algum de nós criando, promovendo oficinas, workshops... queremos que as pessoas se sintam próximas e participem do nosso processo criativo”, completa.

Mesmo com estilos muito diferentes, os artistas acreditam que a comunhão das criações se equilibram esteticamente. “Somos baianos e temos uma influência cultural muito latente nas nossas criações, isso nos une”, revela Ronald. Até março, quem estiver visitando o ateliê vai poder conferir obras inéditas dos três expoentes artistas da nova geração e ter a oportunidade de interagir de perto com os criadores. “Temos certeza que essa troca diária vai motivar a nossa criatividade e nos aproximar ainda mais do público”, destaca Alexandre.

Elano Passos

Artista que se dedica à essência das formas, à pureza dos traços, sem aplicação de cor nem acabamento fiel à realidade, Elano Passos apresenta uma obra que poderia ser finalizada pela imaginação de cada um por ser de natureza inacabada, por trazer a leveza de um traçado que de tão despretensioso revela a personalidade de um desenhista autêntico na sua forma de traduzir o mundo. A medida exata do pouco que tudo diz. O preto no branco sem ruídos.

Desde que o baiano decidiu mostrar sua arte para o mundo, os acontecimentos confirmaram o potencial de receptividade da sua obra. Nos últimos meses, Elano ilustrou o mais recente livro do poeta cearense Bráulio Bessa, “Poesia que Transforma; ocupou um container com suas obras e assinou a curadoria de intervenções artísticas dentro da Vila EcoSquare; e foi uma das principais atrações do stand da Bahiatursa na ABAV - maior exposição de turismo do país, além de assinar as ilustrações da campanha do Dia das Crianças da TV Bahia.

Alexandre Feliciano

Formado em artes plásticas na Escola de Belas Artes da UFBA, Alexandre atua como professor de artes do Ensino Fundamental e vive em busca contínua por novos conhecimentos. Realizou cursos com Waldo Robatto e Juarez Dias e é empresário, há mais de dez anos, na área de serigrafia. Sua inspiração vem de artistas como Andy Warhol, que o fez com que ele se apaixonasse pelo universo da Pop Art, Jackson Pollock, com o abstracionismo, e Van Gogh, com seu pós-impressionismo, além de trazer referências claras de modernistas como Caribé, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti. Hoje suas obras apresentam sua identidade através da composição de técnicas de serigrafia e tinta sobre tela, sempre transformando pessoas, lugares e imagens, num registro inédito e atemporal.

Em 2005 iniciou sua participação em exposições coletivas, como a exposição em homenagem ao aniversário de Salvador na Câmara dos Vereadores, além da coletiva na AMBEP (Associação dos Empregados da Petrobrás) e na Igreja do Stiep. A sua primeira exposição individual aconteceu em 2011 no Espaço Boulevard da Perini da Graça. A arte de Alexandre também já esteve exposta no Shopping Cidade, na Bahia Marina e no próprio EcoSquare, quando fez uma intervenção durante a mostra de Elano Passos.

Ronald Lago

Nascido em Salvador, fato que influencia sua arte a todo instante, arte essa carregada de vida, cores e intenções, Ronald já passeou no mundo da publicidade e arquitetura sempre ligado à criação e à inventividade.  Mas foi na tela que ele conseguiu o meio perfeito, um pano reto, sem vida, branco. Modificando ela, ele conseguiu modificar ambientes, mentes, energias e corações.

Sua arte começou a ganhar o mundo com exposições em Salvador, Madrid, Miami, Fortlauderdale, São Paulo, e em 2013 ganhou um importante prêmio nos Estados Unidos, o Artbrazil, julgado pelo RIVA, um jure especializado em arte. Além disso, foi finalista do Press Award, outro concurso muito importante dos Estados Unidos.  Na simplicidade dos traços, das cores e formas ele evoca sentimentos simples e puros, questionamentos e novas percepções.

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