O Encontro Nacional Mulheres na Roda de Samba, idealizado pela sambista carioca Dorina, tendo a produção nacional da Camille Siston e produção local em Salvador-Bahia da publicitária e produtora cultural Janaina Costa, é o maior movimento feminino de samba já existente. O evento calendarizado acontece anualmente desde 2018.

A primeira edição do Encontro homenageou a célebre madrinha Beth carvalho, e esteve presente em 10 cidades nacionais e duas internacionais, gerando mídia espontânea, encontros interestaduais e trocas simbólicas da arte feminina. Já em 2019 o Encontro Nacional Mulheres na Roda de Samba homenageou a baluarte da Mangueira, Leci Brandão, e dobrou sua expansão territorial, passou a integrar 24 cidades, dentro de 19 Estados, e esteve presente em três países. Em Salvador, tivemos uma roda com 84 musicistas, cantoras, compositoras e intérpretes do samba, transformando a Praça Quincas Berro D’Água no Pelourinho em um celeiro de arte, cultura e voz feminina no samba.

Dando continuidade à disseminação do samba feito exclusivamente por mulheres, o III Encontro Nacional Mulheres na Roda de Samba, a ser realizado em 12 de Dezembro 2020 às 17h, acontecerá virtualmente nas plataformas oficiais do projeto e será dedicada à grande estrela Elza Soares. A cidade de Salvador já confirmou presença e já está preparando um material riquíssimo com artistas locais para exibir na live interativa.

Devido os impactos provocados pela pandemia da Covid-19, o evento quase interrompeu sua possibilidade de realização, mas, por ser tão diferenciado e contar com produtoras de diversas localidades do Brasil, Europa e Ásia, as constantes reuniões fizeram com que o projeto não parasse e assim as sambistas, artistas e intérpretes envolvidas na proposta adaptaram a linguagem da roda de samba presencial para virtual e juntas irão manter a essência que é fortalecer a diversidade de talentos musicais femininos dentro e fora do Brasil.

É importante ressaltar que as artistas são, na imensa maioria, mulheres negras, com experiências de vida pessoal e profissional muito parecidas. Todas elas iniciaram suas carreiras artísticas acompanhando rodas e grupos de samba formado por homens. Nestes espaços presenciaram as dificuldades de aceitação e atualmente buscam a união feminina para mostrar ao mundo a força da mulher em ocupar o espaço que quiser, inclusive, no samba.

Portanto, o III Encontro de Mulheres na Roda de Samba, em Salvador, carrega a responsabilidade de manter pulsante um movimento de afirmação e representatividade que se encontra em plena oxigenação e, por isso, precisa seguir em frente, enfrentando as situações impostas pela pandemia.

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