Lançamento do álbum "Sambas-Enredo da Cidade da Bahia" |
Qui, 25 de Novembro de 2021 00:58 |
Importante tradição carnavalesca de Salvador, que teve seu auge entre meados dos anos 60 e o início dos anos 70, o desfile das Escolas de Samba marcou época no Reinado de Momo da capital baiana, revelando grandes nomes, como Nelson Rufino, Walmir Lima, Ederaldo Gentil e Guiga de Ogum. Tal musicalidade, no entanto, pouco destaque ganhou na indústria fonográfica até o presente momento, sobrevivendo principalmente na memória de velhos sambistas da cidade. Neste sentido, cobrindo esta lacuna e trazendo às novas gerações este escondido tesouro musical do samba baiano, surge o projeto “Sambas-enredo da Cidade da Bahia - Registro de Memórias”, cujo lançamento nas plataformas digitais será celebrado no dia 2 de dezembro, Dia Nacional do Samba. Além disso, a pré-venda do CD físico já está sendo realizada pelo site https://tinyurl.com/sambasenredosalvador Contemplado pelo Prêmio Jaime Sodré de Patrimônio Cultural, da Fundação Gregório de Mattos, Prefeitura de Salvador, por meio da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc, com recursos oriundos da Secretaria Especial da Cultura, do Ministério do Turismo, a produção traz oito sambas-enredos, sendo sete músicas inéditas e uma regravação. Os registros contemplam as chamadas quatro grandes Escolas de Samba de Salvador (Filhos do Tororó, Juventude do Garcia, Ritmistas do Samba e Diplomatas de Amaralina), além de três agremiações (Politeama, Filhos do Morro e Ritmo da Liberdade) que também brilharam no Carnaval da cidade, sempre contando com grandes compositores e marcantes apresentações. Estão presentes na produção, como intérpretes, nomes consagrados no cenário artístico nacional, como Walmir Lima e Edil Pacheco, bem como sambistas de relevo da cena local, da estirpe de Guiga de Ogum, Paulinho do Reco, Muniz do Garcia, Jorginho Commancheiro, Almir do Apache e Luiz Bacalhau. Entre alguns dos compositores contemplados estão Guiga de Ogum, Walmir Lima, João Dondôco, Edson Menezes e Almir do Apache. Os irmãos Carlito Cafrôxo e Zé Xexete, que atuaram em antigas escolas de samba da cidade, também têm papel de destaque na produção, participando como consultores e, também, como músicos em algumas faixas. Cabe destaque, ainda, o registro de quatro grandes sambas-enredo que marcaram o carnaval de 1968: “A influência dos negros na Bahia”, samba da Ritmistas do Samba, que é considerado pelos velhos sambistas uma obra-prima do carnaval das Escolas de Samba de Salvador; “As quatro estações do ano”, que deu o tricampeonato para a Juventude do Garcia; “História da Independência do Brasil”, da Diplomatas de Amaralina; e “O circo”, de Walmir Lima, criado para os Filhos do Morro, que naquele ano fazia a transição de cordão para Escola de Samba. O objetivo da realização deste projeto é fazer com que esta linguagem musical, que permanece forte em outras regiões do país, sendo consumida, ainda, de forma massiva em São Paulo e no Rio, seja conhecida pelas novas gerações e fortaleça algumas iniciativas de resgate desta tradição na cidade, como aquelas propiciadas por agremiações como Filhos da Feira e Unidos de Itapuã, atuantes na cidade no presente momento. O projeto, que conta com o apoio da Contemporânea Instrumentos Musicais, foi idealizado pelo coletivo É Samba da Bahia! (ÉSBA!), que desenvolveu todo o trabalho de pesquisa junto a velhos sambistas da cidade, além de ter sido responsável pela direção artística do projeto. A empreitada conta, ainda, com a direção musical de Dudu Reis e Mestre Mario Pam. O primeiro é arranjador e multi-instrumentista, com vasta experiência em gravações, tendo já atuado com nomes como Riachão, Edil Pacheco, Nelson Rufino, Walmir Lima e Mariene de Castro, entre outros nomes. Já o segundo é regente da Band'Aiyê (Ilê Aiyê) e desenvolve pesquisa sobre ritmos afro-baianos que influenciaram a musicalidade do Carnaval soteropolitano - tal estudo será empregado no desenvolvimento dos arranjos do álbum, apresentando batidas que impactaram a criação da sonoridade das Escolas de Samba da cidade. Além do álbum, será criado um site, que contemplará fotos antigas, recortes de jornais, documentos históricos, sambas inéditos e informações sobre as agremiações e seus principais personagens. Sobre o É Samba da Bahia! (ÉSBA!) Criado em setembro de 2016, o É Samba da Bahia! (ÉSBA!) é um coletivo que atua na valorização e difusão do samba produzido no Estado da Bahia e está, atualmente, estruturado em três plataformas: Facebook, YouTube e Instagram. Além da atuação nas redes sociais, divulgando eventos e publicando fotos, textos, imagens e vídeos sobre o samba e os sambistas, do passado e do presente, de todo o Estado da Bahia, o coletivo também desenvolve projetos autorais em diferentes formatos digitais - em 2020 foram produzidos 50 episódios dos projetos “Samba da Bahia, todo mundo canta” (websérie), “Dendê na Roda” (live) e o “Samba de Dois-Dois” (live). Em 2021, o coletivo passou a atuar na produção de CDs e lives musicais, na criação de acervos digitais e na edição de livros, sempre trazendo o samba da Bahia como eixo norteador de suas ações. Entre os trabalhos realizados neste ano estão o álbum "Minha Caminhada", de Seu Regi de Itapuã; o Memorial Cantina da Lua (acervo digital); e a live-musical "Guiga de Ogum reverencia os Orixás".
FICHA TÉCNICA Idealização e realização: É Samba da Bahia! (ÉSBA!) SERVIÇO: LANÇAMENTO DO CD “SAMBAS-ENREDO DA CIDADE DA BAHIA” Onde Comprar: https://tinyurl.com/sambasenredosalvador Ouça: https://tinyurl.com/escutesambasenredo
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