Aldeia Nagô
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Domingueiras L. Por Sérgfo Guerra

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Nesta semana, em que estas mal traçadas linhas completam 1 ano com esta crônica de número 50, pois apenas nas duas semanas de presença nas “Comemorações do Centenário da Revolução Socialista” não foram publicadas,

Donald Trump de candidato folclórico virou Presidente dos EUA e vem aprontando “trumpalhadas” em todo o mundo, seja denunciando os acordos ecológicos, seja perseguindo os imigrantes nos EUA, ou mesmo atiçando lenha no caldeirão palestino com sua mais nova invenção que é a provocativa identificação de Jerusalém como a capital do estado de Israel, o que de per si gerou a convocação de uma nova “Intifada”, com seus dias de fúria.

No Brasil, o governo Temer se encontra paralisado em fazer as caras, complicadas e demoradas contas, em todos os sentidos, para chegar aos 308 votos necessários para a aprovação das “Reformas da Previdência Social”, condição considerada fundamental para a continuidade das realizações que lhe garanta um fim de mandato mais tranqüilo e com alguma perspectiva de participar positivamente e quiçá influenciar com alguma qualidade positiva do seu próprio processo sucessório, posto que a debandada de suas bases políticas, acentuada pelo desmonte político e policial do seu partido, o PMDB, face ao futuro pleito é uma realidade cada vez mais assustadora e próxima.

Quando nos referimos a “conta” estamos considerando as várias nuances desta ação, pois além da avaliação extremamente cuidadosa, porquanto fluída e cambiante, dos votos dos partidos de sua “Base Aliada”, cada vez mais preocupada em quantificar o quando ganha, em cargos, dinheiro, prestigio e voto, se pronunciando a favor de um governo de péssimo desempenho nas pesquisas de aceitação, menos até do que os “7% fatais” que o levou a abandonar a sua presidenta, e o quanto perde com tal decisão aos olhos de um eleitorado cada vez mais descontente e enraivecido com os políticos, de um modo geral e com os dos governos de um modo muito específico.

Deste modo, as constantes reuniões do presidente, seja com os seus líderes de bancadas, partidos, suas múltiplas facções e mesmo a disposição, pública e declarada, de atender os deputados individualmente em seus plantões no palácio, são mais do que sinalizações do seu empenho para conseguir votar ainda este ano esta Reforma que parece ser a sua grande meta e bandeira política eleitoral do seu mandato e legado. A marcação do inicio das discussões para o próximo dia 15,     quinta-feira, é apenas mais um registro deste tempo corrido para o governo, enquanto conta os votos necessários para a sua aprovação.

Enquanto isto, o PSDB desembarca do governo e se unifica em torno do governador de São Paulo, sua única alternativa com algum peso eleitoral, posto que Aécio virou pó e Serra não é mais do que a lembrança de um passado longínquo em que este partido era uma espécie de reserva ética do velho MDB, de onde se descolou, e Dória, o falso apolítico, não passou de um sonho de uma noite de inverno e se dissolveu ao sol da política real, visto que o golpe de uma novidade factóide desapareceu. Resta-lhe apenas o papel de candidato do anti lulo-petismo, posto que até Bolsonaro pode lhe ser uma grande ameaça no campo da direita desesperada ou desesperançada da democracia.

Enfim, vivemos os últimos estertores de 2017, este ano que parece não querer acabar, enquanto 2018 com seus processos eleitorais se apresenta como um ano imprevisível, na medida em que a desmoralização da política e o desencanto dos cidadãos, além das novas (des/re) articulações dos partidos, podem confundir o eleitorado e gerar resultados surpreendentes, pois do caos tudo pode ser criado, ou mesmo nada. Assim, vale lembrar que, neste momento de profunda confusão de idéias e conceitos é preciso que tomemos muito cuidado e usar o bom senso para que o resultado seja mais um passo à frente na consolidação da nossa frágil e incipiente democracia.

10/12/2017.

Sérgio Guerra

Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação – BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.

Presidente do Instituto Ze Olivio  IZO
Cronista do site “Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina”
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