O visconde de Higienópolis detonando o companheiro Alckmin. Por Claudio Guedes
Uma dia, no passado quase remoto, ouvi de Aloysio Nunes – quando este era um bom e combativo deputado estadual em SP – que a única coisa que unia Franco Montoro, Mário Covas, Fernando Henrique Cardoso e José Serra, era que todos detestavam o Quércia (Orestes Quércia, então a maior liderança do PMDB no estado).
Continuam iguais, os tucanos paulistas. Eram vaidosos e ególatras. Hoje, a essas qualidades (sic), juntam-se o oportunismo e a calhordice, sempre com certo verniz aristocrático, mas no fundo apenas canalhice mesmo.
Hoje, 6/02, em entrevista a Jovem Pan, FHC detona o governador Geraldo Alckmin. Presidente nacional do PSDB e pré-candidato imbatível no partido ao Planalto 2018. “Houve movimento ‘onda azul’ para renovar PSDB, cadê? A onda deu na praia.”
Reconhece FHC que os tucanos estão à deriva. Embarcaram no golpe do impeachment, apoiam o impopular governo Temer e se queimaram com o povão. Se tinham dificuldades nas urnas (em 2014, com muita grana e com quase toda a mídia, perderam na preferência popular para Dilma Rousseff já muito desgastada), quanto mais agora. Fim de linha para o PSDB. O que faz FHC? Busca uma tábua de salvação.
Em aliança com o Grupo Globo e a banca – os liberais com muito dinheiro, que ficam com grande parte da renda gerada no país, mas que são rejeitados pela população -, que buscam desesperadamente um nome, chegaram no Luciano Huck.
“Gosto dele, sou amigo dele e da família dele. Acho que para o Brasil seria bom, mas não sei o que ele vai fazer”, disse FHC sobre o vivaldino global. Huck, um oportunista, um alpinista social, uma celebridade vazia, oca, de idéias e ideais.
“Seria bom ter mais opções, não quer dizer que estou apoiando. Acho que os partidos são importantes e quem não tem partido depois para governar é difícil.”
É difícil? Sabemos o quanto é difícil governar o país com os partidos que temos – ruins e despreparados. Mas e sem eles? Por que seria melhor?
FHC quer arriscar. Ameaça jogar o país na incerteza, no jogo arriscado de colocar um fantoche político no Planalto, para ele e seus amigos banqueiros manipularem.
FHC, ex-professor de ciência política, hoje um oportunista, um leviano articulador de interesses de minorias.
Uma vergonha!
Claudio Guedes é empresário e professor universitário