Apesar do atual cenário de disputa do crime organizado no país, e que reverbera na Bahia, o balanço das operações é positivo no estado, somado à queda nos índices gerais de violência. O diagnóstico da Segurança Pública e as estratégias de enfrentamento foram apresentados, nesta manhã (20), pelo secretário estadual da

pasta, Marcelo Werner, num encontro restrito entre deputados e representações da Força Integrada na Assembleia Legislativa da Bahia. A reunião é fruto da articulação da Bancada da Maioria, liderada pelo parlamentar Rosemberg Pinto (PT) e teve ainda as presenças do vice governador, Geraldo Júnior, e do presidente da Casa, Adolfo Menezes. Um total de 40, dos 63 deputados compareceram ao encontro.

Segundo Werner, houve queda, em relação ao mesmo período do último ano, nas taxas de homicídio (- 2,8%), lesão corporal (-7%), latrocínio (- 16%), feminicídio (- 12,9%), roubos a bancos (-54%), ônibus (-11,7) e veículos (-2,1%). “Através dos novos batalhões e comandos, a expectativa é diminuir mais esses índices até o final do ano”, estima o secretário, que ainda ressalta um aumento nas apreensões de armamentos.

Ele também anunciou um reforço de 2,1 mil policiais, até o final do ano, para somar na força de segurança e outros investimentos a exemplo do fortalecimento da estrutura judiciária do Ministério Público e das corregedorias, além do processo de digitalização da comunicação. Em relação às câmeras corporais em agentes, ele reafirmou que se trata de um compromisso de Governo e que o equipamento precisa ser integrado ao sistema de monitoramento.

“É uma tecnologia fundamental para garantir a transparência na ação policial, que tem a ação de coibir o excesso de força letal e o abuso de autoridade, podendo ser usada na revisão de provas”, avalia o secretário. “Já temos um total de 10 empresas habilitadas, o que demonstra que a Bahia é referência na tecnologia”.

Para o gestor público, a reunião foi produtiva. “Estamos aqui para demonstrar o empenho de todo o nosso efetivo, mas precisamos integrar esforços com a comunidade e meios de comunicação. Instaurar uma cultura de paz e de melhoria da segurança pública”, concluiu.

Política nacionalizada

O deputado Rosemberg Pinto agradeceu a presença de todos e falou sobre a relocalização constante do crime e a nacionalização das organizações criminosas. “Da mesma forma que uma empresa se reorganiza com as suas subsidiárias, o crime se organiza e se dissipa, quando encontra uma ação efetiva. Não vamos conseguir fazer uma política de segurança pública isolada”, considera. Em relação ao aparelhamento das polícias, ele ironiza: “Eu lembro como eram as viaturas, há 16 anos, e que hoje são aparelhadas, algumas até blindadas. Não tínhamos sequer um valor destinado pelo Estado para combustível, os carros eram cedidos pelas prefeituras”.

Cultura / Social

De forma transversal e mostrando um diálogo permanente também com o setor cultural, foi anunciada na reunião pelo secretário estadual da Cultura, Bruno Monteiro, a apresentação dos 26 editais da Lei Paulo Gustavo. “Após ampla consulta pública, garantiremos o cumprimento do maior investimento para o setor, na ordem de R$150 milhões”, comemora. Na oportunidade, foi sugerida a realização de uma audiência pública para se debater ações que reduzam a violência.