Aldeia Nagô
Facebook Facebook Instagram WhatsApp

Domingueiras LXIV, Por Sérgio Guerra

3 minutos de leituraModo Leitura
Sergio_Guerra2

Esta semana que praticamente começou com mais uma condenação do ex-presidente Lula, sempre por “tantos” a “0”, se desdobrou com as trapalhadas da Intervenção na Área de Segurança do Rio de Janeiro, especialmente, com o bota-tira das barricadas da Vila Kennedy, que mais parece brincadeira de criança, do tipo esconde-esconde, na medida em

que as barricadas colocadas pelas tropas são recolocadas algumas horas depois. Enfim, termina com mais um escândalo no Ministério do Trabalho, onde após a novela da filha de Roberto Jeferson aconteceu o episódio do adolescente, “filho de…”, responsável (?) por pagamentos de quase meio bilhão de reais. Este caso foi rapidamente resolvido com a demissão do jovem, felizmente.

Por outro lado, Temer se torna cada vez mais sujeito (suspeito?) de inquéritos na Lava-Jato, posto que os ministros do Supremo autorizam a inclusão de seu nome e investigação de suas contas, com quebra de sigilo bancário, além de mandar investigar como o presidente golpista, conseguiu quebrar o “sigilo de justiça”, conforme seus advogados apresentaram em documentos  em resposta a pedidos de esclarecimento apresentados por autoridades a respeito de situações mal esclarecidas e suspeitas de beneficiar empresas que administram o porto de Santos, beneficiadas por prolongamentos dos prazos de concessão.

Enquanto isto, os pré-candidatos a presidência nas eleições deste ano, começam a ser apresentados, como o presidente da Câmara Federal, Rodrigo Maia, pelo DEM, e Guilherme Boulos, militante do Movimento dos Trabalhadores sem Teto, pelo PSOL, saindo o primeiro da base do presidente Temer, portanto pela direita, e o segundo pela esquerda, contando inclusive com o aval de Lula, portanto um possível herdeiro dos votos do ex-presidente, em caso da inviabilização de sua conturbada pretensão a candidatura, cada vez mais condenada pelos vários tribunais do Brasil.

Obviamente, outras candidaturas deverão acontecer, visto que o PSDB apresentará, mais cedo ou mais tarde, a eterna postulação de Alckmin, dono quase absoluto da legenda, principalmente agora que o desejo de Aécio, literalmente virou pó e Serra, não só pela idade, mas também com os comprometimentos, cada vez maiores, com a Lava-Jato, estão a enterrar, ao que parece definitivamente, seus desejos presidenciais. Já o PMDB procura desesperadamente quem defenda o “seu legado”, nem que para isto tenha de contratar o ministro Meirelles, se a Intervenção do Rio de Janeiro não der resultados mais rápidos do que as sonhadas melhorias da economia.

Enfim, o Brasil está em compasso de espera, neste ano que deverá durar uma eternidade, mesmo que a sua velocidade e de seus acontecimentos, dêem a sensação de que passa célere, mesmo porque ninguém pode avaliar o que ainda pode acontecer, pois como diz o poeta, “pode acontecer tudo inclusive nada”. De qualquer forma, só nos resta esperar que a aventura “bolsonaresca” não seja nada mais do que um breve sonho de verão, pois de golpes e autoritarismo, esperamos que o Brasil já tenha se saturado, pelo menos por muito tempo e que a democracia, apesar de tudo, retome o seu caminho.

Sérgio Guerra.

11032018.

Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação – BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.

Presidente do Instituto Ze Olivio  IZO

Cronista do site “Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina”.

Compartilhar:

Mais lidas