Provas plantadas. Por Claudio Guedes
O que chama a atenção é a facilidade. Do mesmo modo que o juiz celebridade da Lava Jato circula pelo EUA sem parar, hoje em um evento do Grupo Lide que é propriedade de João Doria Jr., liderança do PSDB e candidato do partido ao
governo de SP, com a mesma tranquilidade, a PF que trabalha para Sérgio Moro apresenta provas da “corrupção” do ex-presidente Lula no caso do sítio de Atibaia.
Como a notícia é plantada nos jornais e TVs?
A manchete do UOL é:
“PF acha em sistema da Odebrecht R$ 700 mil em propina atribuída ao sitio de Atibaia”.
Ao ler a matéria, a história é outra:
“A Polícia Federal apresentou à Justiça nesta quarta-feira (16) laudo pericial em que diz ter encontrado, nos sistemas usados pela Odebrecht para gerenciar o pagamento de propinas, uma planilha que supostamente registra gastos da empreiteira com reformas no sítio em Atibaia (SP) usado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT)”.
[…]
“Esta é a segunda perícia realizada nos sistemas de propina da Odebrecht por ordem de Moro. No documento enviado à Justiça, entretanto, os peritos da PF afirmam não ter encontrado no sistema nenhuma menção explícita a termos como “Atibaia”, “Sítio” e “Santa Bárbara”.
Primeiro: uma planilha que supostamente …
Segundo: no sistema nenhuma menção explícita a termos como “Atibaia, Sitio e Santa Bárbara”.
Ou seja: se é “supostamente” nada foi achado de fato, suposição não é prova de nada; se a planilha não possui nenhuma referência a Atibaia, nem Sítio, nem Santa Bárbara, pode ser servir para qualquer coisa, não é?
Mas para que provas? Se inocentam de nada valem.
Sérgio Moro já possui convicção.
A justiça de Curitiba e a mídia antipetista – do qual faz parte, em lugar de honra, o editor da Folha e dono do UOL, Otávio Frias Filho, são um escárnio, uma vergonha. Perderam qualquer noção de respeito à inteligência dos brasileiros – os que ainda pensam.
Claudio Guedes é empresário e professor.