Esta semana que parece não terminar, pois a “crise de abastecimento” ainda deverá se prolongar por mais alguns dias, mesmo que o governo golpista esteja descobrindo os

verdadeiros causadores do “lockout”, como se chama a “paralisação provocada pelo patronato”, que pretende, muito justamente, diga-se de passagem, derrubar a nova política de preços do diesel, dolarizado de acordo com aqueles grupos do governo que pretende sucatear a Petrobrás para vendê-la a preço aviltado ao capital internacional.

Entrementes, alguns elementos precisam ser ponderados neste episódio que muito mais do que de “caminhoneiros autônomos” se revela, cada vez mais, de grandes empresários do setor, pois recentes pesquisas indicam que pouco mais de 20% se declaram como proprietários de seu instrumento de trabalho. Por outro lado, vale lembrar que, para além do diesel, outros combustíveis seguem a mesma política de preços, como a gasolina, o álcool e o gás, sendo que este último atinge além dos veículos automotivos, todos os lares brasileiros e não vem sendo sequer citados nos vários acordos em negociação.

Aliás, o governo golpista vem descobrindo que o setor não possui uma coordenação unificada, pois das 10 entidades que participaram das chamadas “negociações”, somente 2 não assinaram o “acordo” e mesmo assim, as obstruções das grandes vias de comunicação continuam expressivamente paralisadas. No momento, um ministro do governo golpista tenta compor um acordo com os “caminhoneiros autônomos” do Estado de São Paulo, indicados pela OAB (?) local, que deverá ser ampliado para todo o Brasil. Parece que o jargão “não me representa” está gerando uma situação difícil para se conseguir qualquer negociação aceita por um coletivo significativo.

Por outro lado, o governo apela para as forças federais para desobstruir alguns pontos travados, principalmente nas saídas das grandes refinarias e centros de distribuição para tentar garantir o mínimo de atendimento das condições fundamentais de saúde, segurança e subsistência. Ao tempo em que aponta a abertura de inquéritos e já com pedidos de mandato de prisão para alguns dos mais expressivos tubarões do setor do setor de transportes.

Deste modo, o grito acima citado, “Fica Temer!”, adquire em tom de blague irônico, com o complemento “para vocês verem a miséria que
provocaram”, para todos aqueles que gritaram “Fora Dilma!”, e agora
sofrem e sofrerão até o próximo governo, pelo menos, as conseqüências
do projeto deste governo golpista que cada vez mais revela o seu
caráter antidemocrático e antipopular. Quem viver, verá!

27052018.

Sérgio Guerra.
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação – BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.
Presidente do Instituto Ze Olivio IZO
Cronista do site “Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina”.