Os farsantes. Por Claudio Guedes
A violência não possui geração espontânea. Nunca. Ela é sempre provocada por alguém, sempre estimulada por um grupo, por uma classe social. Não há violência sem objetivo. Não há violência gratuita. Ela pode ser banal, doentia, mas nunca é gratuita.
claro que nós, que somos humanistas, repudiamos a violência.
mas simplesmente repudiar é muito pouco, porque pode, de alguma forma, nos fazer cúmplices dos farsantes.
devemos repudiar a violência dando “nomes aos bois”.
devemos denunciar os farsantes, os que plantam discursos de ódio, os que semeiam a discórdia, os que são racistas, preconceituosos, misóginos e que fingem ser “cidadãos exemplares”.
sim, os farsantes, os que tecem, no dia a dia, a teia da estupidez, da intolerância e do ódio – com seus trejeitos populistas, seus apelos insinuantes e seus discursos do tipo: eu nunca desejei mal a ninguém.
como é?
quem não respeita a diferença, quem não respeita os seus adversários políticos, quem não respeita os direitos básicos das mulheres, quem assim age não deseja o mal a ninguém?
como é?
bolsonaro (em minúsculas, como todo o texto, que trata, no fundo, de uma pessoa menor) é um semeador de ódio.
foi alvo de um ataque estúpido, por alguém, ao que tudo indica, doente.
o incidente deve ser condenado, pela violência da agressão.
não condenar a agressão seria nos igualarmos aos que pregam a violência.
condeno o ato de violência.
mas não fico só na condenação.
digo que quem foi agredido é um farsante.
um pregador da violência, um apologista da tortura e de torturadores, um agressor de mulheres.
o homem que foi agredido é um ser humano indigno.
Claudio Guedes é empresário
