Facada. Por Claudio Guedes
O uso do atentado que sofreu para fugir do debate é estratégia do truculento. Está em casa, recuperado, mas não vai ao debate da TV Globo e nem aparecerá até domingo.
Blindado seguirá se preservando e escondendo do eleitorado o que pensa. Suas ideias estapafúrdias sobre a democracia, sobre as mulheres e sobre os mais delicados temas econômicos – privatizações, 13° salário e reforma da providência.
Os candidatos que atacam o presidenciável do PT sem limites, e desidratam em paralelo, fazem o trabalho sujo para o vivaldino ex-capitão que assiste o circo “pegar fogo” da sua confortável poltrona caseira.
A justiça calhorda de Curitiba deu a sua contribuição, como não poderia deixar de ser. O STF, presidido por um ministro que saiu dos bastidores petista, impôs a censura à imprensa – fato inédito no país – proibindo que as palavras do único líder popular de esquerda alcance, de forma direta, o eleitorado nesta hora crucial.
Bolsonaro poderá ser ungido ao Planalto sem sequer se expor, sem participar de nenhum debate, sem ser confrontado de fato, pela imprensa e pelos outros candidatos, em todo o curto processo eleitoral.
Corremos sério risco de, no dia 08/10, nos defrontarmos com um presidente da República truculento, misógino, ignorante e despreparado. Um homem sem qualidades, um profeta da violência, um semeador da intolerância e do preconceito.
Um desastre para a nação.
Uma vergonha para o país perante o mundo.
A facada foi no Brasil.
