Domingueiras CLXXV
“Nunca antes na história desse país…” houve uma briga entre um presidente e um seu ministro com tamanhas trocas de desafiose desrespeito mútuo como a recentemente terminada de Bolsonaro e seuMinistro da Saúde,
Luís Henrique Mandetta, obviamente se encerrou coma demissão do ministro que insistia em ter um comportamento e suasações baseadas em critérios técnicos e científicos, conformerecomendada pela Organização Mundial de Saúde, OMS, ao contrário domandatário-mor que continua a tomar decisões e adotar comportamentosDominbaseados no seu “achismo”, como seu mentor o presidente dos EUA, que levou o seu país a ter os maiores números da pandemia.
De estranhar apenas que esta querela ou “briga decompadres” tenha demorado tanto a ser resolvida, visto que o ministroé nomeado pelo presidente que tem a caneta e, portanto pode demiti-loquando o quiser, coisa que o próprio Mandetta tinha reiteradamenteafirmado. Claro está que o ministro era sustentado pelo DEM um dosmais fortes, senão o mais poderoso, partido da “confusa BasePartidária do governo”, posto que mantém uma certa unidade, maior doque os confusos partidos de apoio ao presidente, haja á vista que agremiação que o elegeu, o PSL, foi por ele abandonado e a legenda quepretende criar não parece dar passos seguros para se viabilizar até aseleições previstas para outubro deste ano, mas que pode ser adiada pela pandemia.
Vale lembrar que o DEM conta com os presidentes da Câmara, apesar da tentativa do governo de renová-la, e do Senado, o que significa um peso muito grande no Legislativo, por outro lado, opresidente parece ter encontrado uma forte resistência entre osmilitares que formam uma grande parte do seu governo, visto que o Ministro da Casa Civil, contraditoriamente é também um general, o que deve ter gerado um compromisso de permanência de Mandetta, ainda quecontrolado até em suas entrevistas diárias, quando prestava contas e informações sobre o andamento do combate ao Covic 19, passando estas a serem dadas no palácio do governo e cercado de outros ministros de maior confiança da presidência.
Enfim, abandonado o compromisso com a técnica e a ciência do ministro Mandetta, curiosamente, o seu substituto Nelson Teich, em seus últimos artigos vinha defendendo o isolamento horizontal, como o ex titular da pasta. Por outro lado, sintomaticamente, não falou mais neste tema, apenas afirmando que manteria um pensamento cientifico e técnico e que para tanto sua maior preocupação e reunir dados que lhes permita uma ação mais sustentada estatisticamente. Enquanto isto o presidente continua andando pelas ruas, quebrando o isolamento social e gerando aglomerações, ao contrário de tudo que recomenda as autoridades sanitárias de todo o mundo. Vejamos o que vai acontecer
Em 19042020.
Sérgio Guerra
Licenciado, Mestre e Doutor em História
Professor Adjunto da UNEB,.DCH1 Salvador.
Conselheiro Estadual de Educação – BA.
Colunista Político Semanal do Portal Mais Bahia.
Presidente do Instituto Ze Olivio IZO
Cronista do site “Memorias do Bar Quintal do Raso da Catarina”.
