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Abordagem policial racista: Júlio de Sá compartilha experiência real que inspira série “Privilégios”

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Se você já viveu situações desconfortáveis durante abordagens policiais ou percebeu discrepâncias no tratamento em comparação com outras pessoas, ou até mesmo observou alguém sendo parado durante uma blitz apenas por causa da cor da pele, talvez entenda a relevância da série.

Júlio de Sá, reconhecido por sua versatilidade como ator, apresentador e comediante, colabora com outros criadores como Raíssa Venâncio e Samuel Toledo (Rebimboca) para trazer à vida “Privilégios”, uma série que não apenas entretem, mas também destaca as disparidades sociais no Brasil.

A produção apresenta um retrato autêntico das experiências vividas por muitos brasileiros, especialmente os da comunidade negra.

“Não é apenas ficção”, como destaca Júlio de Sá, suas próprias experiências, como uma abordagem policial discriminatória, refletem uma realidade preocupante em que pessoas negras têm significativamente mais chances de sofrer violência policial.

“Entrei numa loja de vestuário depois do almoço e logo ao sair, um policial veio pedir meu CPF para uma ‘pesquisa’. Estranhei”, conta Júlio. “Ele mudou o tom, exigiu meu documento e alegou que entrei na loja ao vê-los, embora nem os tivesse visto. Disseram que eu tinha algo na cintura, mas não me revistaram. Alegaram que poderia ser o vento. Chegaram mais policiais, totalizando cinco. Acabei detido durante a live, sem interrupções”, relatou Sá, ao relembrar um episódio que viveu no Rio de Janeiro durante uma abordagem policial.

Dados da violência e discriminação

Dados e pesquisas indicam uma maior probabilidade de pessoas negras serem submetidas à violência policial. Por exemplo, um estudo conduzido pela Fundação João Pinheiro revelou que há quatro vezes mais chances de pessoas negras serem vítimas de violência policial do que pessoas brancas durante abordagens policiais.

Além disso, um levantamento feito pelo Instituto de Defesa do Direito de Defesa (IDDD) e o Data_labe mostrou que 8 em cada 10 pessoas negras já foram abordadas pela polícia, em comparação com apenas 2 em cada 10 pessoas brancas, representando um risco 4,5 vezes maior de sofrer uma abordagem policial para os negros nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.

“Há 136 anos, era decretada a Lei Áurea, e com ela a abolição da escravatura, mas o direito de ir e vir nos dias de hoje ainda se baseia em Privilégios”, disse Júlio.

A série utiliza situações cotidianas para expor como os privilégios perpetuam desigualdades sociais, abordando racismo estrutural e discriminação contra minorias. Enriquecida pela visão crítica de Dai Rocha, a série convida à reflexão e à ação. “Assistir “Privilégios” é mais que entretenimento; é uma oportunidade de reflexão profunda”, afirma Dai Rocha, fundadora da Ragatanga.

A primeira temporada já está disponível nas redes sociais e pode ser encontrada nos perfis do Instagram da Rebimboca (@arebimboca) e do Júlio de Sá (@ojuliodesa). Para uma dose de reflexão e entretenimento, pegue seu Privilégio Card e junte-se a nós. Ou não – como brincaram Raíssa Venância e Samuel Toledo, os idealizadores da Rebimboca.

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