Aldeia Nagô
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Homem, para que te quero! por Claudia Matarazzo

4 - 5 minutos de leituraModo Leitura

"Para que as mulheres procurarão um homem, se agora, nem mesmo para a reprodução eles serão necessários?"
Essa
pergunta vem atormentando meu amigo, o jornalista Ruy Castro desde que
ele leu que a ciência acaba de descobrir um jeito de produzir
espermatozóides a partir das células tronco femininas. Ou seja: uma
mulher agora não depende mais de um homem para ser fecundada.
Ruy,
que sempre fez um sucesso enorme entre as mulheres, tem medo que agora
estas não considerem mais os homens nem mesmo para funcionar como
homem-objeto (status a que foram elevados no auge do feminismo,
lembram?) E arremata declarando que provavelmente agora os homens serão
novamente "atirados na lata do lixo da história"


Ora, ora, Ruyzinho o que é isso? Realmente há tempos deixamos de considerar os homens como potenciais provedores, trocadores de pneus e mesmo parceiros para criar os filhos – uma vez instituída a tal da produção independente.

Porém daí a serem jogados na lata do lixo da história !? Muita calma nessa hora. Quem seria a louca mulher de fazer pouco e descartar um espécime capaz de originar tantos e tão variados prazeres? Sou capaz de lembrar uma lista infinita de utilidades e delícias com que os homens nos presenteiam, que mulher nenhuma seria capaz de reproduzir a contento.

Cafuné por exemplo. Há homens que são verdadeiros mestres nisso: fazem horas e horas de cafuné enquanto assistimos a um filme ou ouvimos música.

Aí há os especialistas em massagem na planta dos pés (pensa que é pouco?) têm a mão firme, sabem exatamente onde fazer mais ou menos pressão – um paraíso.

Outros arrepiam a gente só de encostar a mão. Arrepio daqueles que parece que estamos em uma montanha russa – e isso com um toque macio, levezinho, apenas ligeiramente safado.

E os que beijam então? Estes estão em extinção, mas quando um homem que beija, beija uma mulher que gosta de beijo – uau!
Há homens que sabem falar – estes raríssimos, se você conhecer algum, me avise – e falam coisas lindas, muitas vezes com uma voz baixa, meio rascante, mas com a naturalidade de quem diz bom dia. E deixam a gente de pernas bambas, onde quer que estejamos. Imagine a utilidade de um homem desses! Os que sabem falar, invariavelmente pensam bem, aí não sobra pra mais nenhum.
E o que me diz dos homens que fazem uma mulher rir? De verdade, não aquele risinho para agradar o "parceiro". Nada se compara a cumplicidade de uma boa risada com um homem que sabe fazer rir. Não tem nada a ver com a sensação de rir com a melhor amiga.
Há homens insubstituíveis na cama. Aqueles craques em encontrar um bom filme começando em meio ao lixo eletrônico oferecido pelos canais de assinatura. E nos fazem companhia noite adentro de mãos dadas depois de um dia exaustivo quando não queremos nada mais do que apenas isso.

Não falei ainda dos homens que nos proporcionam prazeres sexuais inenarráveis. Não pela qualidade da transa em si, mas pela habilidade de, logo depois dela, tratarem-nos como verdadeiras rainhas. E aí nos sentimos saciadas, valorizadas, gostosas e prontas para a vida.
Decididamente caro Ruy, não há o que temer. Mulheres com juízo sempre procurarão e encontrarão homens com talento.
Talvez o mais difícil seja combinar antes dois pré-requisitos realmente essenciais para que o encontro flua melhor: é preciso que a mulher em questão realmente goste de homens e não esteja na dúvida entre a companhia de um deles e ir a academia ou varar a noite trabalhando para atingir metas.

E que, como já dizia Edith Piaf em Paris ou Marina Lima no Rio, é preciso que ela esteja disposta a renunciar algumas coisas pelo prazer de ter um "homem pra chamar de seu". Mon homme. Como preferir.
 
Jornalista, escritora e palestrante, Claudia Matarazzo é autora de vários livros sobre etiqueta e comportamento: "Visual, uma questão pessoal", "Negócios Negócios – Etiqueta faz parte", "Amante Elegante – Um Guia de Etiqueta a Dois", "Casamento sem Frescura", "net.com.classe", "Beleza 10", "Case e Arrase – um guia para seu grande dia", "Gafe não é Pecado" e "Etiqueta sem Frescura" 

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