Introdução ao estudo das serpentes. Por Luís Antonio Cajazeira Ramos
Luís Antonio Cajazeira Ramos, é advogado, professor, servidor público e poeta. Ocupa a cadeira nº 35 da Academia de Letras da Bahia, tendo como patrono Manoel Vitorino Pereira
Adolf Hitler foi a ponta da lança de um ideal de superioridade racial germânica que fora gestado no século XV nos domínios alemães da metade norte do Sacro Império Romano-Germânico. Era, a pricípio, uma reação ao desdém que recebiam, oriundo dos domínios italianos da metade sul do império. Havia então uma disputa étnica, cultural e política entre os povos “civilizados” do sul e os “bárbaros” do norte.
Esse ideal de superioridade germânica cresceu substancialmente a partir do século XIX, durante o processo de unificação da Alemanha, vindo a espelhar-se e espalhar-se por todo o continente europeu e norte-americano, absorvendo a teoria da eugenia. No século XX, passou a ser norma a inversão daqueles valores medievais. Portanto, agora, os povos mais puramente germânicos do norte seriam, sob diversos aspectos, “superiores” aos povos latinos e mestiços do sul: inteligência, cultura, beleza, moral, virtude etc.
Benjamin Netanyahu é a ponta da lança de um ideal de superioridade judaica que existe há bem uns quatro mil anos no seio do “povo escolhido de Deus”.
Confesso que é muito difícil quantificar e avaliar qual das duas serpentes é a mais peçonhenta.