Aldeia Nagô
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Eu e meu gruarda-chuva Por Zuggi Almeida

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Zuggi_Almeida

Eu uso guarda-chuvas.Tenho certas dúvidas a respeito desse hábito, mas busco algumas referências no velho Abel, meu pai.Ele sempre portava um guarda- chuvas mesmo embaixo do sol inclemente naqueles verões das festas de largo das décadas de 60.

 

Lá estava Abel e seu indefectível guarda-chuvas.Hoje, me sinto bem portando um guarda-chuvas e seguindo a mania do meu pai : esqueçer o objeto preferido em mesas e balcões de botecos sem estrelas de Salvador.Logo volto a adquirir outro, sempre preto e austero como o guarda-chuvas deve ser na sua forma mais correta.Andei me questionando sobre o porque do guarda-chuvas na minha vida.Uma análise lógica remete poderia associar à função do objeto que protege  usuários das intempéries. O guarda-chuvas mantém o garbo do cidadão  preservando  suas vestes secas e livre de um resfriado ocasional.

Sim, mas usar um guarda-chuvas num dia ensolarado? Seria precaução ou defesa?
Pouco me importa os questionamentos analíticos sobre o guarda-chuvas, Interessa, sim, o quanto ele representa pra mim. Seria a preservação da minha imagem paterna?

– Pode  até ser.

O meu guarda-chuvas  funciona como a redoma que protege de gente ruim, daquelas que negam a ciência, que odeiam gente simples, daqueles que cultivam o ódio,  a mentira e a inveja. Também, o guarda – chuvas não permite ser molhado.O uso de um guarda-chuvas remete à sobriedade do usuário e o grau de respeito que o cidadão possua por direito.

Considero que até num assalto o ato pode ser preterido por conta da vítima possuir um guarda-chuva.Que destino poderia ser dado a um objeto destinado à pessoas especiais.Por azar, o ladrão não teve oportunidade de conhecer esse tipo de receptor.O guarda-chuvas foi feito pra gente bonita, inteligente, feliz e que acredita na vida.O meu pai era dessa turma, eu da mesma  forma.  Meu guarda-chuva é o parceiro calado e fiel em temporadas  de sol e tempestades, assim como deve ser o amigo perfeito. Eu vou levar meu guarda-chuvas  para  despedida de um grande amigo. Guarda – chuvas sempre protegem  lágrimas das  chuvas de abril.

Zuggi Almeida  é baiano, escritor e roteirista.

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