Festival ÌYÁ’S encerra 5ª edição com celebração da ancestralidade, arte e protagonismo feminino negro
No sábado, 26 de julho, Salvador celebra o encerramento com feira, performances, leitura performática, coral e shows que ecoam força, memória e resistência, no Pátio Ìyá Nassô.
O Festival ÌYÁ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras encerra sua 5ª edição neste sábado, 26 de julho, com uma programação especial, que reforça a sua essência e compromisso político. As atividades acontecem no Pátio Ìyá Nassô, no Espaço Cultural da Barroquinha e contam com uma feira de empreendedorismo negro,, lançamento de livros, leitura performática, intervenções visuais, shows, performances e fecha com o espetáculo “Eu, Atlântica” de Aline Oliveira, Coletivo Oju Oju, de São Paulo.
A programação inicia com a Feira ÌYÁ’S, a partir das 15h. Com um espaço rico em empreendedorismo e fortalecimento comunitário, a feira convoca o público a conhecer coletivos de empreendedoras negras, reforçando o protagonismo econômico das mulheres que têm essa trajetória matricêntrica. A partir das 17h, a arte ganha ainda mais presença com o interior do Bahia na cena com o lambe “A força de Winnie” de Retina Retinta (Conceição do Coité), a pintura “Ìyá’s: um legado para as mais novas” de Anna Laura – ALARTES (Cabaceiras do Paraguaçu), se unido a exposição “Guiada pela herança das Yabás” de Magah Casaes (Santo Amaro), traçando um movimento sensível entre criação contemporânea e ancestralidade reforçada.
Além disso, o público é convidado a acompanhar a estreia do Escreve Ìyá’s, um espaço de valorização das escrevivências, nesta edição além de presença de Débora Maria e Julie Anne com seu livro “Eu Amo Meu Black“, contaremos com o lançamento do livro “Juventude Anciã – leitura performática e nascimento de um livro-corpo por Dani De Iracema.
O público também será embalado pelo show “As filhas da luta e do chão” do Coral Vozes de Mainha (Santo Amaro) e pela performance corporal de Adriana Gabriela, em “labá em Mim”, num encontro potente de movimento, canto e ancestralidade.
Às 19h, ” Eu, Atlântica”, de Aline Oliveira (Coletivo Oju Oju, SP), ressoa no Espaço Cultural da Barroquinha: um monólogo poético que reflete sobre identidade e memória em diálogo com o legado da historiadora Beatriz Nascimento. Esse momento de introspecção se funde com o ritmo e emoção da Kizomba ÌYÁ’S, às 20h, com shows vibrantes de Priscila Sales e Renata Lima.
Festival de Arte e Resistência
Realizado entre 18 e 26 de julho, o Festival ÌYÁ’S ocupou o Espaço Cultural da Barroquinha, Espaço Xisto Bahia, Teatro Gregório de Mattos, Café‑Teatro Nilda Spencer e unidades escolares de Salvador, exaltando narrativas de juventude, ancestralidade, resistência e protagonismo das mulheres negras.
O tema central, “O alçar voo do ventre de quem sabe que veio dos caminhos matricêntricos”, convidou artistas, estudantes e público em geral a refletir sobre o feminino enquanto matriz de criação, memória e futuro. Ao longo de nove dias, foram apresentadas 20 atrações artísticas e 14 atividades formativas, além de ações em cinco escolas públicas, fortalecendo a mediação cultural e a rede de potência negra na capital.
Nesse cenário, Juliana Monique, atriz e produtora executiva do festival, pontua que esta 5ª edição representa “a reafirmação do nosso fazer, da nossa capacidade de articulação, da validação da comunidade em reconhecer o Festival ÌYÁ’S como esse espaço de potência, como esse espaço de reverberação.” Ela destaca, ainda, como marca desta edição “essa capacidade de ser reconhecido pela comunidade e trazer isso nos nossos tratos, reforçando inclusive a nossa ética de trabalho, que é uma ética quilombista, uma ética de estar juntos, de conviver nove dias, de se reconhecer, de aprender, de também ir para esse enfrentamento que é ir para o enfrentamento dessa política anti pessoa negra.”
Nesta quinta edição, o Festival ÌYÁ’S reafirma sua identidade como quilombo artístico e político, gestado por mulheres negras para recuperar lugares de fala, escuta, identidade e acolhimento. Com performances impactantes, como pintura, poesia, coral, performance e música, o encerramento convida o público a celebrar o que foi construído ao longo da edição e a projetar futuros ventres criadores.
Este projeto foi contemplado nos Editais da Política Nacional Aldir Blanc Bahia e tem apoio financeiro do Governo do Estado da Bahia, por meio da Secretaria de Cultura do Estado via PNAB, direcionada pelo Ministério da Cultura – Governo Federal.
SERVIÇO:
ÌYÁ’S – Festival de Arte de Mulheres Negras – Encerramento
26 de julho (sábado)
Espetáculos e Shows: R$ 20 (inteira) R$ 10 (meia) à venda no sympla
Atividades formativas e demais programações culturais: GRATUITO
Espaços: Pátio Iyá Nassô/Espaço Cultural da Barroquinha – Salvador (BA)
Informações:@festivaliyas.
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PROGRAMAÇÃO:
Tarde (Pátio Iyá Nassô / Espaço Cultural da Barroquinha):
15h00 – Feira ÌYÁ’S com Negócios Femininos Negros: Empoderamento através do empreendedorismo de mulheres negras, reunindo produtos, discuros e economia criativa.
17h00 – Intervenção Visual ao Vivo “A força de Winnie” (Com RETINA RETINTA) e “Iyá’s: Uma inspiração para as mais novas”, traz a pintura de Anna Laura (ALARTES) e as esculturas inspiradas nas Yabás, de Magah Casaes. Um diálogo vivo entre ancestralidade e arte contemporânea.
17h20 – “Escreve ÌYÁ’S: Juventude Anciã” (Dani de Iracema): Uma leitura performática que celebra histórias de ancestralidade e inaugura o livro-corpo, marco simbólico do encontro entre passado e futuro.
18h20 – Show “As filhas da luta e do chão” (Coral Vozes de Mainha): A força da interpretação coral reunida em vozes femininas para ecoar resistência, ancestralidade e identidade.
18h50 – “labá em Mim” (Adriana Gabriela): Uma performance que une som, letra e presença para evocar os laços interiores com a ancestralidade.
Noite (Espaço Cultural da Barroquinha / Pátio Iyá Nassô):
19h00 – Espetáculo “10: Eu, Atlântica” (Aline Oliveira, Coletivo Oju Oju – SP): Uma performance teatral que mergulha na imensidão do feminino negro e na ancestralidade do Atlântico.
20h00 – Kizomba ÌYÁ’S (Show de Priscila Sales e “Meu canto” de Renata Lima): Dois grandes shows no mesmo horário, celebrando diversidade sonora e cultural, com vozes que reverberam potência e ancestralidade.
