Personalize as preferências de consentimento

Utilizamos cookies para ajudá-lo a navegar com eficiência e executar determinadas funções. Você encontrará informações detalhadas sobre todos os cookies em cada categoria de consentimento abaixo.

Os cookies categorizados como “Necessários” são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para ativar as funcionalidades básicas do site.... 

Sempre ativo

Os cookies necessários são necessários para ativar os recursos básicos deste site, como fornecer login seguro ou ajustar suas preferências de consentimento. Estes cookies não armazenam quaisquer dados de identificação pessoal.

Não há cookies para exibir.

Os cookies funcionais ajudam a executar determinadas funcionalidades, como compartilhar o conteúdo do site em plataformas de mídia social, coletar feedback e outros recursos de terceiros.

Não há cookies para exibir.

Os cookies analíticos são utilizados para compreender como os visitantes interagem com o site. Esses cookies ajudam a fornecer informações sobre métricas como número de visitantes, taxa de rejeição, origem do tráfego, etc.

Não há cookies para exibir.

Os cookies de desempenho são usados ​​para compreender e analisar os principais índices de desempenho do site, o que ajuda a oferecer uma melhor experiência de usuário aos visitantes.

Não há cookies para exibir.

Os cookies publicitários são utilizados para fornecer aos visitantes anúncios personalizados com base nas páginas que visitou anteriormente e para analisar a eficácia das campanhas publicitárias.

Não há cookies para exibir.

Aldeia Nagô
Facebook Facebook Instagram WhatsApp

A cobertura criminosa da tragédia por Mauro Carrara

4 - 5 minutos de leituraModo Leitura

Em 68 anos de vida, e muitas décadas de jornalismo pelo mundo afora, jamais
havia testemunhado cobertura tão politizada (e vergonhosa) de uma tragédia. O
caso do vôo 3054 deverá, no futuro, servir aos professores de comunicação como
uma anti-receita de conduta em casos dessa natureza.

Até agora estou estarrecido com a edição maquiavélica do Jornal Nacional, na
noite de 18 de Julho. A dor e o desespero das famílias foram transformados em
uma peça de propaganda eleitoral. Apresentou-se a comoção, a "prova" sugerida e
o "culpado" por tudo.

Ultimamente, sempre que há mutreta e grave manipulação dos humores
nacionais, verifica-se sempre a participação de um mestre oculto: o Sr. Ali
Kamel, poderoso demiurgo das sombras a serviço das Organizações Globo. Na
revista Veja e no jornal O Globo, esse homem de comunicação foi adestrado para a
função que hoje executa com inegável competência: instaurar a desconfiança e
destruir imagens públicas.

Na quarta-feira, ainda que sobrassem indícios de que o acidente não tinha
sido causado por problemas na pista de Congonhas, todos os telejornais da Globo
insistiram na teoria. Depoimentos dissonantes, como o do professor Duarte, da
UFRJ, foram grosseiramente limados, desemoldurados, para quem não fossem
compreendidos e assimilados pelo público.

A edição do Jornal Nacional de 18/07/2007 deve ser gravada e guardada. Em
termos de distorção nada fica a dever àquela que reproduziu seletivamente
trechos do último debate eleitoral de 1989. Mostrou gente desesperada, e
arrancou lágrimas, até deste jornalista acostumado a ver o sofrimento humano. Em
seguida, rumou para Brasília, a indicar solenemente o "culpado".

Num trecho hard-core colocou na tela, como inquisidores impolutos, o rei
das menininhas do Amazonas, senador Arthur Virgílio, e o sai-de-finho Raul
Jungmann, que até agora não explicou a história do desvio dos R$ 33 milhões no
Ministério do Desenvolvimento Agrário.

Não estranhamente, o Jornal Nacional de Ali Kamel desconsiderou duas
entrevistas fundamentais à compreensão das causas do acidente: uma do presidente
da TAM, Marco Bologna, e outra do superintendente de engenharia da infraero,
Armando Schneider Filho. Motivo evidente: ambos descartaram a ausência do
grooving como causa do acidente.

No momento da exibição do Jornal Nacional, o planeta bem informado já
sabia de outros detalhes fundamentais à explicação da tragédia. O avião havia
percorrido a pista numa velocidade quatro vezes maior que o padrão na
aterrissagem. Meu sobrinho me disse que seria como se alguém entrasse a 100 km/h
no drive-thru do Habib’s. O assunto também foi ignorado pelo JN. E por quê?
Porque provocava fissuras no denso muro da tese vigente.

Logo depois da tragédia, a Rede Globo de Televisão expediu seu "parecer
técnico" determinando a causa da tragédia: a ausência das ranhuras na pista.
Segundo esse raciocínio, a responsabilidade seria da Infraero e, por tabela, do
Governo Federal. Conclusão final da Rede Globo e de Ali Kamel, repassada
insistentemente a todos os brasileiros: Lula matara 200 pessoas!

Como referência de informação, a Rede Globo contaminou o resto da
cobertura, influenciando todas as concorrentes e oferecendo munição a todos os
articulistas anti-governo, de Norte a Sul do Brasil. De Daniel Piza, do Estadão,
a Eliane Cantanhêde, da Folha de S. Paulo, todos se puseram a incriminar o
Governo Federal.

A bola de neve, ou de fogo, inflamou internautas em todo o País, e não
somente estes, posto que gente na rua repetia nos pontos de ônibus e nos botecos
a tese do "grooving" e do Lula assassino.

Causa mais estranheza a rapidez com que a Rede Globo montou seu discurso
acusador, logo convertido em "reconstituições por computador" que indicavam uma
suposta derrapagem. Foi rapidíssima no gatilho e evitou que qualquer outra
hipótese ganhasse força.

Durante dois dias, pouca gente questionou essa teoria. Quem já pousou em
Congonhas sabe que uma "derrapagem" não levaria o avião para o outro lado da
Avenida Washington Luís.

A Rede Globo de Televisão, de Ali Kamel, construiu, portanto,
aproveitando-se da tragédia, uma poderosa peça publicitária eleitoral.
Manipulou, distorceu, comoveu e incitou o ódio contra o Presidente da República.
Por vezes, sutilmente; por vezes, com agressividade.

Cabe ao povo brasileiro decidir, na próxima renovação de concessão, de
que maneira se pode coibir a utilização do corredor público de ondas para fins
eleitoreiros, ou golpistas. 

* Incrível é que William Bonner, com seu pragmatismo bonachão, aparentemente
não percebeu nada disso.

 Fonte: Novae

Compartilhar:

Mais lidas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *