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A coerente comemoração das mentiras e da barbárie. Por Domingo Leonelli

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Domingos_Leonelli

Quando o Presidente Bolsonaro manda que o quarteis comemorem a “revolução” de 31 de Março de 1964 ele consagra , a um só tempo, mentiras e barbárie.

As mentiras : não foi revolução e não foi em 31 de março. O golpe contra- revolucionário ocorreu na verdade em 1º de abril, pois o presidente João Goulart ainda estava no Palacio da Larangeiras no Rio de Janeiro no dia primeiro. 
Os militares de 64 assimilaram a mentira dos marqueteiros da época auto-denominando-se de revolucionarios , dado ao prestigio e a força dessa expressão.Eram apenas golpistas fardados manipulados pelo civis brasileiros e norte-americanos. Diferentemente do que hoje Bolsonaro tenta fazer mediocremente com o “chicago boy” Paulo Guedes,, eles entregaram a economia aos brilhantes economistas Gouveia de Bulhões, Roberto Campos sob a supervisão de Eugenio Gudin. Rapidamente reduziram a quase pó a matriz de transporte brasileira baseada nas estradas de ferro e navegação de cabotagem enquanto os miitares faziam o trabalho sujo e pesado de dizimar o movimento sindical dos ferroviários , marítimos , portuarios, estivadores …

Mas nos anos que se seguiram os golpistas, militares e civis , tambem realizaram coisas importantes para o capitalismo brasileiro. Reorganizaram o sistema financeiro nacional, criaram o Conselho Monetário Nacional , o Banco Central , o Banco Nacional de Habitação e, nos anos de Geisel, retomaram a tradição nacionalista das Forças Armadas.Nesse período tentaram até complementar o projeto nacional de desenvolvimento (único, na verdade) de Getulio Vargas. 
Mas Geisel considerava o tenente Bolsonaro um mau militar. Por isso não creio que seja esse lado do golpe de 64 que Bolsonaro queira comemorar. 
A reverencia de Bolsonaro é feita para aqueles que os militares serios e dignos do Pais, gostariam de esquecer. Os militares que desonraram suas fardas torturando mulheres e crianças, matando pessoas que nunca pegaram numa arma e até os que eram contra a resistencia armada à Ditadura, como inúmeros dirigentes do Partido Comunista Brasileiro. 
Bolsonaro quer homenagear a mentira , a violencia ,a covardia , a crueldade , a indignidade da tortura. Nesse sentido ele é coerente com a sua propria historia .

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