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A última questão. Por Dante Lucchesi

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Dante_Lucchesi

A mídia tem dado destaque, na cobertura do julgamento da suspeição de Sérgio Moro nos processos de condenação do Presidente Lula, ao fato de que o reconhecimento da suspeição de Moro pelo STF abriria a possiblidade de Lula disputar as eleições presidenciais de 2022. Porém, há aí um grotesco erro de perspectiva. A última questão a ser levantada no episódio são suas implicações eleitorais para 2022.

Não se trata de uma questão eleitoral, trata-se antes de tudo de uma questão de justiça. O que realmente importa neste momento é fazer justiça, é restaurar o estado democrático de direito, é recuperar a credibilidade do sistema judiciário brasileiro. Pois, os crimes da Lava Jato não foram cometidos apenas contra Lula e o PT, foram cometidos contra a República, contra a democracia, contra as garantias fundamentais do cidadão.

O que importa neste momento é fazer justiça. É restaurar todos os direitos de Luís Inácio Lula da Silva, inclusive tudo o que ele faz jus, em sua plena condição de ex-presidente da República. É tratar de uma necessária reparação e indenização a um homem idoso e inocente que foi encarcerado por 580 dias, em função de uma articulação criminosa e que teve sua família perseguida e massacrada por um bando de facínoras. Trata-se agora de julgar Moro, Dallagnol e os seus comparsas, para que paguem por todos os crimes que cometeram. É sobretudo isso o que está em questão agora, quando o STF se debruça sobre este, que é um dos episódios mais escabrosos da história do poder judiciário no Brasil.

Mas, quando os mastins dos barões da mídia, como o indefectível Merval dos Marinho, colocam a questão eleitoral de 2022 em primeiro plano, podem estar tentando despertar a reação dos fascistas para tentar impedir que a justiça seja reestabelecida. Revelam também o quão rala, mesquinha e pragmática é a sua visão da vida política do país. E, por fim, revelam sobretudo que a grande motivação da absurda condenação e prisão de Lula foi impedi-lo de vencer as eleições de 2018, revertendo o golpe parlamentar de 2016.

E, como paga pelo serviço sujo que prestou, Moro teve a oportunidade de ser um ministro medíocre e pusilânime do governo do miliciano por pouco mais de um ano e meio.

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