Acabou Chorare: Luís Galvão é Sonzaço. Por Renato Queiroz
Luís Dias Galvão, mais conhecido como Luís Galvão, nasceu em Juazeiro, Bahia, em 22 de outubro de 1937, e faleceu em São Paulo, em 22 de outubro de 2022.
Poeta e músico brasileiro, Galvão mudou-se para Salvador, onde conheceu Moraes Moreira e Paulinho Boca de Cantor. Juntos, eles fundaram o grupo Novos Baianos em 1968.
Galvão conhecia João Gilberto desde a adolescência, o que facilitou a influência do pai da Bossa Nova sobre os Novos Baianos quando o grupo se mudou para o Rio de Janeiro após lançar “É Ferro na Boneca” (1970) em São Paulo. Essa influência culminou no aclamado álbum “Acabou Chorare” (1972).
A trajetória de Galvão na música popular brasileira é extensa.
Em 1968, ele participou do V Festival de Música Popular Brasileira da TV Record com a canção “De Vera”, em parceria com Moraes Moreira, interpretada pelos Novos Baianos.
Nos anos 70, Galvão e os Novos Baianos se mudaram para o Rio de Janeiro, onde viveram comunitariamente em um sítio em Vargem Grande. Lá, gravaram “Acabou Chorare” e mantiveram contato constante com João Gilberto.
Galvão escreveu a maioria das canções do grupo, musicadas por Moraes Moreira, incluindo “Acabou Chorare”, “Preta Pretinha” e “Mistério do Planeta”.
O grupo se desfez em 1978, mas se reuniu no final do século passado para gravar o CD ao vivo “Infinito Circular”.
Em 1997, Galvão publicou o livro “Anos 70: Novos e Baianos”, pela Editora 34, relatando a trajetória do grupo. Ele morava em Salvador e lançou dois CDs de poesias inéditas de forma independente.
Luís Galvão faleceu aos 87 anos em São Paulo. Segundo a família, ele vinha enfrentando problemas de saúde nos últimos anos, incluindo diabetes e um Acidente Vascular Cerebral. A causa da morte não foi divulgada, mas ele estava internado desde 16 de setembro de 2022 na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com suspeita de hemorragia gastrointestinal. Após complicações, foi transferido para o Instituto do Coração, onde faleceu.
Partiu no dia do aniversário…
Luís Galvão deixou um legado significativo na música popular brasileira. Como fundador dos Novos Baianos, ele ajudou a criar um dos álbuns mais icônicos da MPB, “Acabou Chorare”. Sua parceria com Moraes Moreira resultou em canções que continuam a ser celebradas.
Galvão não só contribuiu com suas letras poéticas, mas também com sua visão artística, influenciada por João Gilberto. Sua vida e obra são um testemunho da riqueza cultural e musical do Brasil.
Renato Queiroz é professor, compositor, poeta e um apaixonado pela história da música,.