Adeus, velho Ocidente! Por Sérgio São Bernardo
O labirinto distópico das ruas de luzes não tem sol, lua e folhas
Nos falta o desejo e o deleite comum das riquezas repartidas
O vazio que nos aplaca torna incomum esse destino fora do lugar
O estado é uma veia má – O mercado é uma veia má
E a multidão é uma veia
Cumprimos rituais sem sentido
Esbravejamos por vários motivos, inveja, perdas, um tantinho de ideologia cristã e anticristã
É impossível ser comum quando só queremos vencer na vida e na guerra
Gostamos da primazia da posse sobre algo e de falar sobre isso
Ser comum já é a permanente revolução
Mas as revoluções
Não resistem a um envelope, uma barra de metal, um pedaço de terra, a tirania
e nem a uma vingança pessoal
O vazio incomum é o sentido desse tempo
Adeus, ocidente, adeus, revolução!
Sérgio São Bernardo é advogado e Professor da UNEB