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Comportamento


A intimidade artificial virou o mal do século. Por Ronaldo Lemos
Comportamento
Ter, 21 de Março de 2023 01:32

Ronaldo_LemosQuando nos relacionamos com nossos amigos, amantes ou familiares nunca estamos 100% presentes

Esther Perel é psicoterapeuta. Nasceu na Bélgica, filha de sobreviventes do holocausto. Hoje é professora da universidade de Nova York e especialista em temas como solidão e relacionamentos contemporâneos, incluindo relações amorosas. No festival SXSW, realizado em Austin, no Texas, que se encerrou ontem, ela roubou a cena. No meio de uma pletora de palestras sobre tecnologia, sua fala sobre comportamento humano foi a mais importante na minha opinião.

Ela desenvolveu o fascinante tema da "intimidade artificial". Seu argumento é que estamos vivendo nossas vidas em permanente estado de atenção parcial. Quando nos relacionamos com nossos amigos, amantes ou familiares nunca estamos 100% presentes. Nossa atenção está sempre dividida entre as pessoas e o nosso celular, mídias sociais, alertas de mensagem e assim por diante. Nesse contexto não é possível intimidade real.

As mídias sociais e nosso celular funcionam como anestesia seletiva para as relações humanas. Queremos as partes boas do convívio, que são do nosso interesse, mas evitamos ao máximo atritos, conversas desconfortáveis, tédio etc. Sempre que algo desconfortável começa a se materializar, partimos para o mundo confortável e controlado do celular, que nos distrai do que é verdadeiramente humano.

Essa é a intimidade artificial. Estamos todos vivendo coletivamente o experimento do rosto parado que o psicólogo Edward Tronick realizou nos anos 1970. Nele, uma mãe primeiro é gravada se relacionando normalmente com seu bebê de 6 meses. Ela sorri, o bebê sorri de volta. Ela fala algo e o bebê dá uma gargalhada. No segundo momento a mãe paralisa seu rosto. Ela olha fixamente para o bebê, sem expressar qualquer reação. O bebê então gargalha. A mãe permanece impassível. O bebê então começa a gritar. Nenhuma reação da mãe. O bebê então chora e grita desesperadamente, até que a mãe retoma suas reações normais e acolhe a criança.

No mundo que estamos vivendo hoje somos todos simultaneamente a mãe e a criança. Como somos incapazes de dar atenção integral ao outro, estamos sempre em dívida emocional com as pessoas que nos cercam. Ao mesmo tempo, somos também o bebê, sedentos por atenção. Nunca houve uma carência tão grande por escuta e acolhimento como a que vivenciamos coletivamente no mundo de hoje.

Esther nos conclama a nos rebelarmos contra a intimidade artificial. A exigir e a dar atenção total para aqueles com quem nos relacionamos. A darmos o difícil passo de aceitarmos o conflito e o atrito como parte das relações humanas, parando assim de nos anestesiarmos parcialmente o tempo todo. Sem isso seremos obrigados a conviver com relações que julgamos "defeituosas" o tempo todo.

Uma pesquisa realizada nos EUA em 2019 apontou que 22% dos "millenials" têm hoje zero amigo. 25% dizem não ter nenhum conhecido. Muitos têm um número de seguidores gigantesco em redes sociais, mas amigos mesmo, nenhum. Em gerações anteriores o número dos sem-amigos girava em torno de 9%. Não é por acaso que ansiedade e depressão são um dos assuntos que mais circulam em mídias sociais hoje entre adolescentes e também crianças. Na era da intimidade artificial, não são só as amizades que estão em risco, mas também as relações amorosas e familiares. Apertem os cintos para a sociedade da solidão, com consequências nefastas para todos os campos da vida humana.

READER

Já era Baby Boomers dizendo que 91% têm amigos

Já é Geração X dizendo que 85% têm amigos

Já vem Boa parte dos Millenials e da geração Z com muitos seguidores, mas sem amigos

Ronaldo Lemos

Advogado, diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro.

Artigo publicado originalmente em https://www1.folha.uol.com.br/colunas/ronaldolemos/2023/03/a-intimidade-artificial-virou-o-mal-do-seculo.shtml

 

 
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Comportamento
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Lenio_Luiz_StreckSou Lenio Streck. Avô do Santiago e do Caetano. Professor universitário, constitucionalista, advogado sócio de Streck & Trindade Advogados, fui procurador de Justiça

 
Não, você não viu esse filme antes. Por Eugênio Bucci
Comportamento
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Comportamento
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Comportamento
Dom, 06 de Novembro de 2022 03:21

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A antipolítica bolsonarista está nos estertores. Por Paulo Henrique Arantes
Comportamento
Sáb, 29 de Outubro de 2022 03:56

paulo-henrique-arantesJá lembramos neste espaço que o primeiro mandatário da República Checa, o escritor e dramaturgo Vaclav Havel, foi um intransigente defensor da resistência não-violenta.

Líder da Revolução de Veludo, Havel é um ícone da “política da antipolítica”, tendo atuado contra o monopólio ideológico da vida pública. Gandhi e Luther King também foram expoentes da antipolítica, conduzindo rebeliões pacíficas.

Nos três casos, nada a ver com o sentimento antipolítica que Jair fez despertar em tanta gente no Brasil, mesmo sendo ele um político no pior sentido da palavra, deputado folclórico e inoperante, viúvo e saudoso da ditadura, mau orador, péssimo negociador. Suas horas na Presidência da República estão contadas e sua antipolítica de fachada deverá ser substituída pela política em sua essência civilizatória, surgida para que os conflitos sociais deixassem de ser resolvidos por meio da força.

Para o ensaísta húngaro Gyorgy Konrad, dissidente durante a dominação soviética em seu país, “a antipolítica é a atividade política daqueles que não querem ser políticos e que recusam sua cota de poder” - algo que Jair nunca fez, nem de longe. Tampouco poderia, pois extrai benesses pessoais justamente da política em sua pior versão, aquela do compadrio, da adulação, do favorecimento a grupelhos. Corrupção, fisiologismo, patrimonialismo, caciquismo, mandonismo e nepotismo, somados a uma notável incompetência na gestão pública, caracterizam a política bolsonarista.

Com a provável derrota de Jair no domingo, o governo Lula terá de provar que sem política, a boa politica, não se constrói uma nação. Será necessária uma nova transição, cujos resultados, se positivos, levarão as pessoas a compreenderem que sem política não há civilização. O desejo final dos eleitores é que as más práticas no exercício do poder político sejam extirpadas, não camufladas. Se o povo afirma odiar política, talvez passe a amá-la quando entender que ela pode estar a seu serviço.

Paulo Henrique Arantes

Jornalista, com mais de 30 anos de experiência nas áreas de política, justiça e saúde.

Artigo publicado originalmente em A antipolítica bolsonarista está nos estertores - Paulo Henrique Arantes - Brasil 247
 
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