Aldeia Nagô
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Axé Music igual a Musica de Força! por Tito Bahiense

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Fala moçada! Tô aqui pensando num lance e gostaria de compartilhar com vcs musicos atuantes, músicos ouvintes de muitos lugares, inclusive daqui de Salvador-Bahia.

Aqui em Ssa a música de rua teve um especial momento no final da década de oitenta onde um movimento chamado AfricanPop determinou uma mudança de atitude no som urbano da cidade.

Conquistamos uma postura política, poética, melódica e de estética vizual fundamentais para uma onda de grandes artistas em várias áreas. O mercado se renovava. Aqui na metrópole já utilizávamos a linguagem cubana que tb se vincularia a este instante enriquecendo-o maravilhosamente.

Durou pouquinho tempo, pois, logo em seguida iniciando a década de noventa o formato americano de timbragem se estabeleceria num cruzeiro infinito que hoje depois de trocentas produções artísticas, a meu ver, gira num desgaste continuo de produção em produção onde o “mais do mesmo” das às ordens. Acredito que muito disso está atrelado ao que dizem da “morte” da Axé Music.

Acredito tb estar atrelado as normas de um mercado onde a globalização, que está apenas no começo, nos emburrece a um esquema dos americanos do norte e suas decisões capitalistas que aqui entendemos num ditado que para mim nada acrescenta que; “em time que esta ganhando nada se mexe” faz disso uma tônica perigosa determinando uma cultura radiofônica absolutamente descompromissada com uma renovação sonora.

Quero com isso dizer, Baianidade Nagô, que precisamos urgente abrir a torneira africana! Beber novamente desta água cristalina de criatividade! Observar com olhares estéticos de uma massa de modelar! Entender o que nos agrega em ponte ancestral que carregamos no nosso sangue, na nossa pele e nas nossas cordas vocais! Temos exemplos atuantes como, Magary Lord e seu Black Semba que flerta com Angola.

O Guitarrista/Produtor/Professsor Gerson Silva que desenvolve um trabalho de educação musical na Escola Pracatum, uma escola inventada pelo musico Carlinhos Brown, preocupado com o desenvolvimento cultural de sua terra. Peu Meurray com sua incrível ideia de reciclagem de pneus velhos reinventa os tambores batizando-os de Instrumentos Pneumáticos.

O guitarrista Munir Hossn que saiu de Curitiba para viver aqui em Salvador e desenvolver uma sonoridade revolucionaria da Chula Baiana do recôncavo baiano que hoje faz turnês pelo mundo afora, onde fica claro a influencia da clave Afrobaiana.

A Orquetra Rumpilezz, que é uma nova página da musica baiana, coordenada pelo maestro Letieres Leite evoca nas suas composições os pontos de ancestralidade com tambores e sopros pela via do Candomblé com o Jazz.

A Afro Sinfônica do Maestro Ubiratan Marques que organiza num repertório autoral texturas acadêmicas onde a identidade sonora vai desde dos canticos do povo do interior a uma estruturação erudita numa orquestra/banda. Tradicionais Blocos Afros; Ilê Ayê, Olodum, Filhos de Gandy, Malê De Balê, que sempre afirmaram toda vida o que de fato defendo aqui desta ponte Bahia Africa, fazem surgir mais uma entidade carnavalesca, o Cortejo Afro! Quero com essa falação toda chegar num lugar que me diz que a “Axé Music” que se for traduzir seria “Musica de Força” pode estar neste momento esperando ser reconstruída e partir de um novo navegar, uma nova viagem de volta para Africa Mãe e com isso tocar, cantar os dizeres do povo!!

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