Aldeia Nagô
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Boca de Brasa em Itapuã – Programa fortalece a cultura de um dos bairros mais potentes de Salvador.

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Localizado há cerca de 25 km do centro de Salvador, o bairro de Itapuã ganhou fama pelas belezas naturais cantadas em verso e prosa por grandes artistas como Dorival Caymmi, Toquinho e Vinicius de Moraes. Praias belíssimas de encher os olhos e o parque do Abaeté conferem ao território um charme singular. É neste cenário que a Fundação Gregório de Mattos implantou em 2024, em parceria com o Malê de Balê, mais um polo do Programa Boca de Brasa, fazendo com que aquilo de mais belo que é expresso pelas pessoas através da cultura seja cada vez mais incentivado, valorizado e promovido. 

Atualmente, o polo atende cerca de 120 pessoas com oficinas de sonorização, percussão, figurinos e adereços, dança e turismo. Aulas que oportunizam a jovens e adultos terem um primeiro contato teórico e prático com as artes ou como instrumento de desenvolvimento e aperfeiçoamento de conhecimentos. 

Moradora da região, Liz Novais trabalha com música e teatro, no Boca de Brasa ela viu a chance de entender sobre os princípios básicos da sonorização. A motivação em fazer parte da atividade veio com o desejo de estabelecer uma melhor comunicação com os técnicos de som, seja no teatro ou na música. O resultado desse encontro tem sido positivo: “É um caminho introdutório interessante, ofertado em um bairro marcado pela música e pelas manifestações culturais”, afirma. 

Para Valdeci Lima, a chegada do Boca de Brasa a Itapuã significa um divisor de águas. Artesã de ofício, ela se matriculou na oficina de figurinos e adereços. A associação entre as duas atividades têm despertado nela o desejo em empreender na esperança de colher os frutos com a escolha. “Por eu ser artesã, entrei aqui já com uma certa noção, mas há outras descobertas que têm sido maravilhosas e que vão me ajudar a criar muitos mais e melhor”, enfatiza. 

Em Itapuã, o Boca de Brasa cumpre com o seu objetivo de democratizar o acesso e a fruição das artes ao se colocar nas trincheiras da defesa e promoção de uma política que fomenta a cultura nas periferias como instrumento de existência, resistência e resiliência. O polo nasce do sonho dos seus moradores e da certeza da FGM de que o diálogo com os territórios a partir da diversidade gera resultados importantes. “O Boca de Brasa era um sonho da comunidade e que hoje virou realidade e vem ajudando o Malê de Balê a fortalecer e a fomentar a cultura”, ressalta o presidente da Malê de Balê, Cláudio Araújo, destacando o quanto os moradores do território, de diferentes idades, vem se envolvendo na efervescência provocada pelo programa. 

O Boca de Brasa ganha existência em Itapuã para dialogar com os artistas, manifestações e toda a diversidade do bairro, mas sem deixar de inovar, conforme defende o presidente da FGM, Fernando Guerreiro. “Aqui nós estabelecemos uma parceria com uma instituição que já tinha uma história e uma ligação com a comunidade a fim de potencializar o resultado das ações, mas trazendo também novos elementos”, explica o gestor, afirmando que nessa relação algo não se modifica, mas se amplifica que é a questão do entrelaçamento das oficinas oferecidas com a cultura afro. 

Belo, rico, pujante. Com o Boca de Brasa, no encontro de céu e mar cantado por Toquinho em um ode a Itapuã, o bairro que inspira poetas se movimenta com aquilo que é novo sem deixar de dialogar com o que já vinha sendo produzido nesse celeiro de artistas potentes e engajados.

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