Carnavalização encerra o Festival Mínimos Óbvios com celebração dissidente no dia 28 de novembro
O Festival científico-cultural Mínimos Óbvios, idealizado pela companhia ATeliê voadOR, realiza no próximo dia 28 de novembro a “Carnavalização”, momento festivo que tomará conta da Casa Rosa, no Rio Vermelho, transformando o espaço em um grande coro dissidente, vibrante e celebratório. A noite, marcada para começar às 21h, reúne experiências estéticas que cruzam arte, corpo, festa e política, em uma celebração que reafirma o carnaval como gesto de resistência, invenção e reexistência queer.
Realizado em parceria com o NuCuS (Núcleo de Pesquisa e Extensão em Cultura e Sexualidade da UFBA) e com apoio da CAPES, através do Edital PAEP, o festival acontece entre os dias 26 e 28 de novembro trazendo o tema “Histórias Dissidentes: Arquivar, Amar, Inventar”. A “Carnavalização” de encerramento propõe um transbordamento: uma festa que é também obra, performance, rito coletivo e manifesto. A condução é da dupla Duda Woyda e Talis Castro – integrantes da ATeliê voadOR, que orquestram uma noite atravessada pela potência dos corpos dissidentes em festa.
A festa como método, política e expansão do corpo
O público será surpreendido por performances pop-up que surgem, deslocam e ocupam a Casa Rosa com energia, humor, beleza e insubordinação. Estão confirmadas apresentações do multiartista Amós Heber; da drag Mamba di Diego di Mira, os drags Kings Kinn Spada e Tonhão; das cantoras Maira Lins e Roberta Dantas; além do cantores Neto Costa, cada um trazendo estéticas, narrativas e vibrações que amplificam o espírito inventivo da noite.
A celebração marca não apenas o encerramento do festival, mas também o encontro entre público, artistas e pesquisadorxs, reafirmando o corpo como arquivo vivo, a alegria como gesto político e o festejar como uma tecnologia ancestral e contemporânea de resistência.
Programação do dia 28
Antes da festa, o Mínimos Óbvios oferece dois encontros que aprofundam debates sobre corpos dissidentes e suas narrativas: às 15h, a Long Table “Amar, contar, transgredir: corpos que se narram”, com Denni Sales, Lígia Souza, Paulo Cesar Garcia, Duda Woyda e Wendy Moretti; e às 19h, tem a palestra de encerramento com César Eduardo Gómez Cañedo, doutor em Letras pela Universidad Nacional Autónoma de México (UNAM): “Modos de vida cuir na América Latina e os territórios de masculinidades em disputa nas artes e na literatura”.
Cultura Quer
A programação do Mínimos Óbvios reúne nomes de destaque das artes e da pesquisa queer contemporânea. A abertura, no dia 26 de novembro, traz o jornalista e biógrafo Rodrigo Faour com a conferência e o lançamento do livro A Audácia dos Invertidos, obra que revisita a cena LGBTQI+ do Rio de Janeiro entre as décadas de 1950 e 1980, recuperando trajetórias de artistas, intelectuais e personagens fundamentais para a formação da cultura queer brasileira. O lançamento contará com a presença da artista trans Aloma Divina, que tem sua história contada no livro.
No dia 27, a Long Table “Visíveis, múltiplos, indomáveis: histórias LGBT+ em cena” reúne uma constelação de convidados, como a premiada atriz e cantora Verónica Valenttino, primeira mulher trans a ganhar o Prêmio Shell; a diretora de teatro e ópera Ines Bushatsky; o biógrafo e músico Ricardo Santhiago; além de pesquisadorxs artistas como Kauan Amora Nunes, Taciano Soares, Rainha Loulou, Georgenes Isaac, Rogério Alves e Marcus Assis, ampliando perspectivas sobre visibilidade, memória e resistência LGBT+ no Brasil.
Já no dia 28, às 15h, a Long Table “Amar, contar, transgredir: corpos que se narram” reúne Denni Sales, Lígia Souza, Paulo Cesar Garcia, Duda Woyda e Wendy Moretti, em um encontro que mergulha nas narrativas íntimas e autobiográficas como forma de insurgência. O debate percorre afetos, desejos, monólogos e autoencenações, colocando em foco a escrita de si e a força política das histórias dissidentes.
Serviço
O Quê – Festival Mínimos Óbvios – ano IV | Encerramento e Carnavalização
Quando – 28 de novembro (sexta-feira), a partir das 21h
Onde – Casa Rosa, Rio Vermelho
Entrada: Gratuita
Classificação: 18 anos
